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TJ-BA diz que defesa causou adiamento de júri no caso Sara Freitas

Tribunal nega falha do Judiciário e aciona a OAB para apurar conduta de advogados

Por: Redação

27/11/202510:53

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) esclareceu, por meio de nota oficial, as razões do adiamento do julgamento do caso que apura o assassinato da cantora gospel Sara Freitas. Segundo o órgão, a suspensão da sessão do Tribunal do Júri não teve relação com falhas do Poder Judiciário e ocorreu após decisão da defesa dos réus de deixar o plenário.

Foto TJ-BA diz que defesa causou adiamento de júri no caso Sara Freitas
Foto: Ascom TJBA/ Divulgação

De acordo com o comunicado, toda a estrutura necessária para a realização do júri havia sido organizada previamente e em conformidade com a legislação. O tribunal também negou que tenha havido qualquer deliberação judicial para transferir o julgamento para a Câmara de Vereadores de Dias d’Ávila, rebatendo informações que circularam sobre o local da sessão.

O TJ-BA informou ainda que o abandono do plenário aconteceu sem solicitação formal anterior. No momento da sessão, os advogados alegaram que o espaço não reunia condições adequadas, argumento que, segundo a Corte, deveria ter sido apresentado antes e por meio dos canais judiciais apropriados.

Quanto à segurança, a nota afirma que havia reforço policial considerado suficiente, com a presença de 17 policiais militares e cinco viaturas, de modo a garantir a tranquilidade dos trabalhos.

Para o tribunal, a condução do processo atendeu aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. A Corte avaliou que a saída da defesa caracterizou ato atentatório à dignidade da Justiça e, por isso, determinou o envio de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para apuração da conduta dos profissionais envolvidos.

Uma nova data para o julgamento foi marcada para o dia 24 de fevereiro de 2026, no Fórum da Comarca de Dias d’Ávila. O TJ-BA reiterou que a responsabilidade pelo adiamento não pode ser atribuída ao Judiciário, uma vez que a decisão de interromper a sessão partiu exclusivamente da estratégia adotada pelas defesas.