Nutricionista alerta sobre riscos das “dietas da moda” e defende equilíbrio
Daniela Brige explica como identificar dietas perigosas que viralizam nas redes e defende a alimentação natural como base para uma vida saudável
Por: Domynique Fonseca
12/11/2025 • 13:10 • Atualizado
A nutricionista Daniela Brige (@danielabrigenutricionista), especialista em nutrição clínica, esportiva e emagrecimento saudável, explicou nesta quarta-feira (12), durante entrevista ao programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), apresentado por Luis Ganem, os riscos das chamadas “dietas milagrosas” que se espalham nas redes sociais e o que realmente funciona quando o assunto é alimentação saudável.
Segundo ela, muitas das tendências alimentares que viralizam na internet não possuem embasamento científico.
“São modas que passam. Já foi o sal do Himalaia e a manteiga ghee. Nenhum deles traz um diferencial nutricional relevante. O que acontece é que as pessoas acabam gastando mais por algo que não oferece um benefício real”, explicou Daniela.
A nutricionista alertou que a busca por likes e visibilidade tem feito com que influenciadores disseminem informações distorcidas e até perigosas.
“A gente tem que ter um pouco de bom senso e entender que os milagres não acontecem. Essas pessoas estão muito mais atrás de visibilidade, de likes, do que preocupadas com a saúde dos outros. Então, a gente tem que filtrar bem e entender os riscos. Eles variam muito, mas podem ser sérios, principalmente dependendo do que a pessoa resolve colocar em prática”, afirmou.
Daniela destacou que esse tipo de conteúdo pode ser ainda mais prejudicial para grupos vulneráveis, como os idosos.
“Vamos pensar nos idosos? Muitos tomam vários medicamentos, para glicose, colesterol, pressão. Tudo o que eles mais querem é reduzir o uso de remédios. Aí ouvem alguém dizendo que vinagre de maçã ajuda a controlar a glicose, ou até a emagrecer em jejum, e acabam substituindo o tratamento médico por isso. Imagine o impacto disso na saúde de uma pessoa assim”, alertou.
Para a especialista, a chamada “dieta da vida real” é aquela que cabe na rotina e respeita a individualidade de cada pessoa.
“Não existe uma dieta ideal, e sim aquela que você consegue seguir. A alimentação precisa ser equilibrada e adaptada à sua rotina. O problema é quando se copia algo da internet sem considerar o contexto pessoal.”
Ela exemplifica com a popular dieta low carb, que, segundo a nutricionista, tem fundamentos, mas deve ser aplicada com cautela.
“Reduzir carboidratos pode ajudar, mas eliminar totalmente pode gerar efeito contrário, principalmente em pessoas ansiosas. A vontade de comer doce, por exemplo, pode até triplicar.”
Daniela também reforçou que alimentação natural deve ser a base de qualquer plano alimentar. “O essencial é ter sempre alimentos naturais: arroz, feijão, carnes, ovos, frutas, verduras e raízes. Não precisa lotar a geladeira, mas ter variedade e equilíbrio. A prioridade é o que vem da terra.”
Ela ainda explicou a diferença entre alimentos naturais, processados e ultraprocessados.
“Os processados, como pão, tapioca e atum enlatado, não são proibidos. Facilitam a vida. Já os ultraprocessados devem ser consumidos com moderação, porque têm muitos aditivos químicos”, orientou.
Para montar um prato equilibrado, Daniela ensina uma regra simples. “Metade do prato deve ser de vegetais, a outra metade se divide entre proteínas e carboidratos. Dê preferência ao feijão, que tem mais fibras e sacia mais.”
Sobre o uso de medicamentos para emagrecimento, como o Monjaro, Daniela reforça que o acompanhamento médico é essencial.
“A obesidade é uma doença e precisa de tratamento adequado. O remédio atua na saciedade, mas o ideal é buscar alimentos que também promovam essa sensação naturalmente.”
A especialista ainda destacou que melhor conselho é fazer uma dieta pratica. “A melhor dieta é aquela que você consegue fazer no seu dia a dia, sem sofrimento e sem exageros. Comer bem é uma forma de se cuidar, e isso começa com escolhas simples.”
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