PF mira médico influenciador suspeito de fabricar remédios ilegais para emagrecer
Operação cumpre mandados em quatro estados e investiga produção clandestina de tirzepatida usada em medicamentos de perda de peso
Por: Redação
27/11/2025 • 11:31
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta feira uma operação que tem como alvo o médico e influenciador Gabriel Almeida, que acumula quase 750 mil seguidores e é suspeito de integrar um esquema de fabricação clandestina de produtos usados para emagrecimento com tirzepatida. A ação ocorre simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Logo após a operação ser iniciada, chamou atenção o histórico do médico nas redes, onde ele se apresenta como escritor, professor de médicos e empresário e já publicou livros sobre emagrecimento. A presença constante em vídeos sobre o uso de tirzepatida em medicamentos como Monjauro e Ozempic tornou seu perfil ainda mais observado pelos investigadores.
Em seguida, entrou no radar a estrutura comercial ligada ao profissional. Almeida é dono do consultório Núcleo GA, instalado na Avenida Brasil, área nobre de São Paulo, além de unidades em outros estados, incluindo Bahia e Pernambuco. Ele também vinha abordando o suposto efeito da substância na redução de vícios, assunto tratado em sua postagem mais recente.
PF aponta produção irregular
As apurações da Polícia Federal indicam que o grupo do qual o médico faria parte manipulava e distribuía tirzepatida de forma ilegal. De acordo com os investigadores, o esquema mantinha um processo de envase, rotulagem e circulação fora de padrões sanitários e sem qualquer controle de qualidade ou rastreabilidade.
Além disso, o material produzido era comercializado por meio de plataformas digitais sem garantias mínimas de esterilidade. A PF afirma ainda que os envolvidos adotavam estratégias de marketing digital para convencer o público de que a produção era regularizada, o que aumentava o alcance das vendas.
Operação Slim em quatro estados
A Operação Slim mobiliza o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão em clínicas, laboratórios, comércios e residências conectadas aos investigados nos quatro estados. Durante as diligências, agentes identificaram sinais de produção em série dos produtos, com características de escala industrial.
Em nota, a Polícia Federal informou que o objetivo é rastrear responsáveis pela cadeia de produção e distribuição, recolher documentos, equipamentos e insumos e enviar o material para análise laboratorial e perícia técnica. O trabalho conta com apoio da Anvisa e das Vigilâncias Sanitárias estaduais.
