“Nutrologia é ciência séria, mas exige responsabilidade”, diz médico
Especialista alerta sobre uso indevido de suplementos e defende mais rigor na prática da nutrologia
Por: Domynique Fonseca
30/10/2025 • 19:00
Durante a entrevista ao programa Portal Esfera no Rádio, transmitido pela Itapoan FM (97,5) e apresentado por Luis Ganem, nesta quinta-feira (29), o palestrante e escritor Dr. Gabriel Almeida falou sobre o papel da nutrologia no tratamento da obesidade, o uso de suplementos sem prescrição e os riscos da automedicação.
Segundo o médico, a nutrologia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, mas ainda sofre resistência por conta da má prática de alguns profissionais.
“A nutrologia é uma especialidade muito bem estabelecida. O problema não é a área, e sim a formação do profissional. Assim como em qualquer campo, existem médicos bons e ruins, gente que estuda e gente que nunca abriu um livro”, afirmou.
Dr. Gabriel também destacou que título acadêmico não é sinônimo de competência.
“Conheço profissionais sem residência médica que são excelentes, e outros, com títulos, que são péssimos. O que diferencia é o comprometimento com o estudo e o paciente”, pontuou.
O médico também comentou casos de uso indevido de suplementos alimentares, muitos deles vendidos sem controle adequado. Ele relatou já ter atendido pacientes intoxicados por produtos comercializados como “naturais”, mas que continham substâncias perigosas.
“Houve uma época em que uma suplementação era vendida como fitoterápico natural, mas continha anfetamina. Atendi pacientes tremendo, sem dormir, completamente intoxicados”, contou.
Segundo ele, produtos irregulares podem causar reações graves, inclusive alteração na coloração da urina e do sangue.
“Se um suplemento causa sintomas estranhos, pare imediatamente e procure um médico. Pode haver contaminação”, alertou.
‘O perigo do pé de ouvido’
Dr. Gabriel ainda criticou a popularização de fórmulas e suplementos indicados informalmente em academias.
“Hoje muita gente usa medicação no ‘pé de ouvido’, ouvindo o colega da academia ou seguindo dicas da internet. Isso é perigoso e pode custar caro à saúde”, frisou.
Ele reforçou que qualquer tratamento nutricional ou hormonal deve ser feito com acompanhamento médico e dentro dos parâmetros éticos da profissão.
“Nutrologia é ciência, não achismo. É preciso responsabilidade, estudo e respeito ao paciente”, concluiu.
