Logo
Menu

Vital

Buscar

Óvulos protegem DNA mitocondrial e ajudam na saúde reprodutiva

Estudo revela menos mutações em óvulos comparados a outras células

Por: Victor Hugo Ribeiro

13/08/202517:00

As células reprodutivas femininas, conhecidas como óvulos, parecem ter uma incrível capacidade de proteger seu material genético ao longo dos anos. De acordo com uma pesquisa divulgada na revista Science Advances, os óvulos acumulam significativamente menos mutações no DNA mitocondrial em comparação com outras células do corpo, como as do sangue ou da saliva. Essa descoberta pode ajudar a explicar por que, em muitos casos, mulheres com idades mais avançadas conseguem ter filhos saudáveis.

Ovulos
Foto: Reprodução/Freepik

O que o estudo revelou

Para chegar a essa conclusão, cientistas analisaram 80 óvulos de 22 mulheres com idades entre 20 e 42 anos. Eles usaram uma técnica avançada de sequenciamento genético para detectar até mesmo as alterações mais raras no DNA.

Os resultados foram surpreendentes: a quantidade de mutações nos óvulos era de 17 a 24 vezes menor do que nas outras células examinadas. Além disso, as poucas mutações encontradas nos óvulos estavam localizadas em áreas do DNA mitocondrial que não contêm as instruções diretas para a produção de proteínas, sugerindo que o material genético mais crucial se mantém intacto.

Segundo os pesquisadores, isso indica que os óvulos possuem mecanismos evolutivos de proteção, funcionando como um "filtro" natural que preserva a integridade do DNA e reduz a chance de mutações prejudiciais serem passadas para a próxima geração.

Como se preparar para uma gravidez tardia

Para mulheres que planejam ter filhos em uma idade mais avançada, o primeiro passo é conversar com um ginecologista para uma avaliação do potencial reprodutivo. Essa avaliação geralmente inclui:

Avaliação hormonal: Exames de sangue para verificar a reserva ovariana, que pode ser feita em qualquer fase do ciclo menstrual.

Ultrassom transvaginal: Um exame para contar o número de folículos nos ovários. Quanto mais folículos, maior é a reserva ovariana, o que indica uma vida reprodutiva útil mais longa.

É importante notar que, para aumentar as chances de sucesso em uma futura gravidez, recomenda-se a coleta de pelo menos 15 óvulos.

Apesar de a pesquisa ser promissora, os autores do estudo ressaltam que ele tem limitações, como o pequeno número de amostras e a faixa etária restrita. Por isso, estudos futuros com mais participantes serão necessários para confirmar se essa capacidade de proteção se mantém em mulheres mais velhas. A pesquisa, no entanto, abre novas portas para entender a fertilidade e o envelhecimento reprodutivo, oferecendo esperança para mulheres que escolhem adiar a maternidade.