Conheça o tipo de colesterol que tem deixado comunidade médica em alerta
Produção de gordura é determinada por fatores genéticos
Por: Gabriel Pina
16/08/2025 • 06:00
Forma pouco conhecida de colesterol, a lipoproteína(a) vem ganhando destaque na medicina cardiovascular como importante fator de risco para doenças do coração. Diferente do LDL (o colesterol "ruim" tradicional), a produção dessa gordura no fígado é determinada principalmente por fatores genéticos, sendo pouco influenciada por hábitos de vida, e seus níveis elevados podem triplicar o risco de infarto e AVC mesmo em pessoas com colesterol LDL controlado.
Segundo estudos, cerca de 20% da população apresenta concentrações de Lp(a) acima do limite considerado seguro (50 mg/dL). De acordo com o cardiologista Elias Pimentel, a situação é considerada preocupante, uma vez que, ao contrário do LDL, a Lp(a) não responde adequadamente a estatinas ou mudanças no estilo de vida.
“Sabemos que os níveis altos de lipoproteína (a) são um risco grande, mas a divisão exata da gravidade por quantidade ainda é um tema que está em discussão pela ciência” alerta o profissional.
O desafio do diagnóstico é outro obstáculo. A Lp(a) não aparece nos exames convencionais de colesterol e sua testagem específica ocorre em menos de 5% dos casos, mesmo em pacientes com histórico familiar de problemas cardíacos precoces. Ainda, pesquisas demonstraram que níveis acima de 90 mg/dL estão associados não apenas a maior risco de infarto, mas também a AVC isquêmico, doença arterial periférica e morte cardíaca.
No entanto, atualmente duas abordagens promissoras contra os danos da gordura estão em desenvolvimento: o pelacarsen (Novartis), que inibe a produção da proteína precursora da Lp(a) no fígado, e o muvalaplin (Lilly), medicamento oral que em testes preliminares reduziu os níveis da lipoproteína em até 85,8%
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