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Bolsa Família reduz casos e mortes por Aids em mulheres no Brasil

Estudo revela impacto positivo do programa em grupos vulneráveis

Por: Victor Hugo Ribeiro

13/08/202507:00

Uma análise publicada na revista Nature Human Behavior revelou que o programa social Bolsa Família está associado a uma diminuição significativa de casos e mortes por aids entre mulheres no Brasil. O estudo, conduzido por pesquisadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) em parceria com instituições dos Estados Unidos e do Brasil, indica que o programa reduziu a incidência de aids em 47% e a mortalidade relacionada em 55%.

Aids Dia
Foto: Divulgação/ONU

Os efeitos foram mais notáveis em mulheres pardas e pretas com baixa renda e pouca escolaridade. A pesquisa sugere que as exigências do programa, como o acompanhamento de saúde regular e a frequência escolar, foram fundamentais para esses resultados. Em mulheres em situação de extrema pobreza, com mais anos de estudo, a redução foi ainda maior, chegando a 56%.

Diferença entre HIV e aids

O HIV (vírus da imunodeficiência humana) ataca o sistema imunológico, podendo evoluir para a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) se não for tratado. Embora não haja cura para a aids, o tratamento antirretroviral permite que as pessoas com HIV vivam de forma saudável. Com o tratamento correto, a carga viral pode se tornar indetectável, impedindo a transmissão do vírus.

O HIV é transmitido principalmente por meio de fluidos corporais, como em relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de seringas. Beijos, suor ou contato com preservativos não transmitem o vírus. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testes rápidos e o tratamento preventivo (PrEP) para quem tem indicação.

Ações do programa e seus resultados

A pesquisa avaliou dados de saúde de 2007 a 2015, abrangendo 12,3 milhões de mulheres. Entre as filhas das beneficiárias, a incidência de aids caiu 47% e a mortalidade 55%. Entre as mães, as reduções foram de 42% e 43%, respectivamente.

As condicionalidades do Bolsa Família, como frequência escolar e exames de rotina, podem ter sido decisivas para o sucesso. O programa não apenas promove o acesso à saúde e educação, mas também contribui para uma melhor alimentação, fortalecendo o sistema imunológico e incentivando a busca por tratamento precoce.

Segundo o coordenador do estudo, Davide Rasella, programas de transferência de renda têm o potencial de reduzir significativamente a morbidade e a mortalidade por aids, especialmente em populações vulneráveis. A pesquisa sugere que políticas sociais e de saúde integradas são essenciais para combater a aids e apoiar o desenvolvimento sustentável.