STF julga sete réus por ataques às urnas e tentativa de golpe de Estado
Primeira Turma, agora presidida por Flávio Dino, analisa grupo acusado de espalhar desinformação
Por: Redação
14/10/2025 • 10:32 • Atualizado
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (14) o julgamento de sete réus acusados de integrar a trama golpista que espalhou desinformação sobre as urnas eletrônicas e atacou autoridades contrárias ao golpe de Estado. A análise, conduzida pela Primeira Turma sob presidência do ministro Flávio Dino, marca uma nova etapa nos desdobramentos do caso que já condenou Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão.
O grupo que começa a ser julgado nesta semana é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de operar uma rede de desinformação e de interferir em relatórios das Forças Armadas e da Abin.
A PGR defende que os crimes de tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito sejam tratados separadamente, o que pode elevar as penas dos réus.
Quem são os réus do caso
Entre os sete réus estão os militares Ailton Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida e Reginaldo Vieira de Abreu, além do policial federal Marcelo Bormevet e de Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal.
Segundo a denúncia, os ex-integrantes da Abin criaram uma estrutura paralela para produzir relatórios e conteúdos falsos que sustentavam a tese de fraude nas eleições presidenciais.
Sessões vão até a próxima semana
As sessões presenciais ocorrem nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro. As primeiras reuniões são dedicadas à leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes e às sustentações orais.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem duas horas para apresentar os argumentos da acusação, enquanto cada defesa dispõe de uma hora para pedir a absolvição dos réus.
O voto do ministro Luiz Fux também é aguardado, já que ele foi favorável à absolvição de Bolsonaro no julgamento anterior.