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Bolsonaristas e opositores se enfrentam em frente à Delegacia da PF

Clima tenso marca a Superintendência da PF no DF após a detenção de Jair Bolsonaro

Por: Redação

22/11/202514:55

A movimentação em frente à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal ganhou força na manhã deste sábado, quando Jair Bolsonaro foi levado ao local após ter a prisão preventiva decretada. A presença de grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente transformou a área em um cenário de disputa política, com gritos, buzinaços e manifestações espontâneas.

Foto Bolsonaristas e opositores se enfrentam em frente à Delegacia da PF
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Logo nos primeiros minutos, grupos contrários ao ex-presidente entoaram cantos, exibiram cartazes e até comemoraram com champanhe a detenção. Do outro lado da via, apoiadores se organizaram em defesa de Bolsonaro, criando um ambiente dividido que chamou atenção de quem passava.

Valter Campanato/Agência Brasil

Valter Campanato/Agência Brasil


Ainda no início da manhã, artistas e ativistas apareceram para marcar posição. O músico Fabiano Trompetista tocou a marcha fúnebre como referência direta à prisão, gesto que viralizou nas redes sociais.

Manifestação ganha força sob sol forte

Entre os presentes, visitantes de outros estados também decidiram acompanhar o ato. A advogada e historiadora Verine Veiga, de 36 anos, afirmou estar vivendo um "dia histórico para o país". Ela contou que as ações de Bolsonaro durante a pandemia quase custaram a vida do pai e por isso decidiu enfrentar o calor intenso para acompanhar o momento.

Já a presença de bolsonaristas manteve a disputa acesa. A deputada federal Bia Kicis, que esteve no local, classificou a prisão como "perseguição política absurda e inconstitucional". Em meio aos apoiadores, a professora de dança Kátia Moraes, de 59 anos, disse sentir vergonha ao ouvir o próprio sobrenome por causa do ministro Alexandre de Moraes e declarou que ficará na porta do prédio da PF "sem hora para ir embora".

Prisão preventiva e suspeita de tentativa de fuga

A decisão que levou Bolsonaro à prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, que considerou ilegal a convocação de vigília nas proximidades da residência onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Segundo o magistrado, o ato poderia gerar tumulto e até facilitar uma tentativa de fuga. Ainda de acordo com o despacho, houve registro de possível violação da tornozeleira eletrônica durante a madrugada.

Está marcada para este domingo a audiência de custódia que definirá os próximos passos do processo. A defesa do ex-presidente informou que irá recorrer da decisão.

Bolsonaro havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão no caso envolvendo o Núcleo 1 da trama golpista e poderia ter a pena executada nas próximas semanas. Ele cumpria prisão domiciliar desde agosto, com restrições como o uso de tornozeleira, a proibição de utilizar redes sociais e de manter contato com diplomatas.

Na sede da PF, o ex-presidente recebeu medicamentos e atendimento médico autorizado pelo STF.