Dieta à base de plantas ajuda a envelhecer com saúde
Estudos indicam que alimentação vegetal reduz inflamações e doenças
Por: Iago Bacelar
12/07/2025 • 07:00
Com o aumento da expectativa de vida e o desejo por um envelhecimento mais saudável, cresce também o interesse por dietas à base de plantas. Segundo a nutricionista Ingrid Ulhoa, alimentações vegetarianas e veganas bem planejadas contribuem para a prevenção de doenças crônicas e atuam diretamente na redução do envelhecimento biológico.
De acordo com estudos recentes, esse tipo de dieta está associado a melhorias em diferentes marcadores de saúde. Um dos exemplos mais relevantes foi observado em pesquisas com gêmeos idênticos, onde um manteve uma alimentação onívora e o outro seguiu uma dieta vegana. Após oito semanas, o grupo vegano demonstrou redução da idade epigenética, além de benefícios cardiovasculares e metabólicos.
Compostos naturais combatem inflamações no organismo
A base científica para os efeitos positivos das dietas vegetais está ligada à composição dos alimentos consumidos. Fibras, antioxidantes e fitoquímicos atuam na modulação do sistema imunológico e na diminuição de processos inflamatórios.
“Essas dietas são naturalmente ricas em fibras, antioxidantes e fitoquímicos, compostos que ajudam a reduzir processos inflamatórios no organismo”, explicou Ingrid Ulhoa. Ela destaca a importância de alimentos como frutas vermelhas, cúrcuma, oleaginosas e vegetais verde-escuros, que contribuem para a redução de marcadores como IL-6 e PCR, relacionados à inflamação crônica.
Redução de doenças crônicas é outro benefício da dieta vegetal
A alimentação baseada em vegetais tem se mostrado eficaz na prevenção de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer. Dados de estudos de longo prazo indicam que pessoas que seguem esse padrão alimentar mantêm níveis mais elevados de energia, preservam melhor a cognição e apresentam menor incidência de doenças ao envelhecer.
“Em um estudo de longo prazo, observou-se que pessoas com alimentação mais baseada em plantas envelheciam com mais energia, cognição preservada e menos doenças”, afirmou a nutricionista.
Efeitos também alcançam o cérebro e a saúde intestinal
Além dos benefícios físicos, a alimentação vegetal influencia positivamente a microbiota intestinal, impactando o sistema imunológico, o metabolismo e o funcionamento cerebral. Dietas vegetarianas equilibradas foram associadas a melhora no humor, redução da ansiedade e maior clareza mental.
“Pesquisas mostram que pessoas em dietas vegetarianas bem equilibradas relataram melhoras no humor, menor ansiedade e maior clareza mental”, relatou Ingrid. Ela acrescenta que o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, tende a ser menor entre populações que consomem mais vegetais e evitam alimentos ultraprocessados.
Acompanhamento profissional é essencial em todas as fases da vida
Apesar dos efeitos positivos, a nutricionista faz um alerta sobre a necessidade de orientação nutricional especializada, especialmente em fases mais sensíveis, como a terceira idade.
“Apesar dos benefícios, é fundamental que a dieta vegetariana ou vegana seja acompanhada por um profissional, principalmente em fases mais delicadas como a terceira idade”, destacou Ingrid.
Atenção aos nutrientes e à ingestão de proteínas
Nutrientes como vitamina B12, vitamina D, ferro, cálcio, zinco e ômega-3 (DHA e EPA) devem ser monitorados com atenção, já que suas fontes são limitadas em dietas estritamente vegetais. A adequação da ingestão proteica, sobretudo em idosos, é outro ponto de atenção.
“Pesquisas mostram que muitos idosos veganos não atingem as quantidades recomendadas de proteína, o que pode comprometer a massa muscular e aumentar o risco de fragilidade”, explicou a nutricionista.
Planejamento e variedade são pilares da alimentação saudável
Para obter os benefícios, é necessário que a alimentação seja equilibrada, variada e consciente. O uso estratégico de alimentos da natureza pode ser decisivo na qualidade do envelhecimento.
“A chave está no equilíbrio, na variedade e no uso inteligente dos alimentos da natureza. Comer bem é uma forma de cuidar do futuro”, concluiu Ingrid Ulhoa.
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