Um levantamento feito pela consultoria MoneYou revelou que, mesmo com a decisão do Banco Central (BC), nesta quarta-feira (30) de manter a Selic em 15% ao ano, o Brasil continua com a segunda maior taxa de juros real do mundo, ficando atrás apenas da Turquia.

A taxa de juros é a diferença entre a taxa nominal e a inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia. Atualmente, a taxa real brasileira está em 9,76%, enquanto a Turquia lidera com 10,88%. No mês anterior, esses valores eram de 9,53% e 14,44%, respectivamente.

O cálculo dos juros reais leva em conta a diferença entre a taxa nominal e a inflação projetada, sendo esse indicador mais relevante para a economia do que a taxa bruta.  

Para chegar a esse número, a metodologia considerou a inflação esperada para os próximos 12 meses, conforme o Boletim Focus, que atualmente está em 4,53%, além da taxa de juros DI futura.  

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, encerrando o ciclo de alta que vinha sendo adotado para controlar a inflação. A decisão, tomada por unanimidade, estava dentro das expectativas do mercado financeiro e representa o maior patamar desde 2026.  

A manutenção da Selic em patamares altos reflete a cautela do BC diante do cenário econômico, buscando equilibrar o controle da inflação com o crescimento da atividade econômica.