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Outubro Rosa é só o começo: autocuidado deve durar o ano inteiro

Dra. Adriana Monteiro reforça que prevenção deve acontecer o ano todo e que a mamografia é essencial para o diagnóstico precoce

Por: Domynique Fonseca

30/10/202512:30

Durante o mês de outubro, campanhas e monumentos iluminados de rosa lembram a importância da prevenção ao câncer de mama. Mas, para a ginecologista e obstetra Dra. Adriana Monteiro, da Clínica Iluminare, o cuidado precisa ir muito além do mês simbólico. Em entrevista ao Portal Esfera, ela reforça que o diagnóstico precoce e a adoção de hábitos saudáveis são as principais armas contra a doença.

Foto Outubro Rosa é só o começo: autocuidado deve durar o ano inteiro
Foto: Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia

Ane Mazu fotografia @estudiomazu1

Ane Mazu fotografia @estudiomazu1


Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada de células anormais que formam um tumor maligno, capaz de invadir outros tecidos e órgãos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) destaca que este é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, embora também possa afetar homens.

De acordo com o INCA, a estimativa é de 66,54 novos casos para cada 100 mil mulheres entre 2023 e 2025, o que representa mais de 73 mil diagnósticos esperados no país no período.

Fatores de risco vão além da genética

“A maioria dos casos não é genética ou familiar, como muita gente acredita. Mais de 90% dos diagnósticos estão relacionados aos nossos hábitos de vida”, explica a médica.

 José Cruz/Agência Brasil

José Cruz/Agência Brasil


Entre os principais fatores de risco estão obesidade, tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e estresse.

“O câncer de mama é o que mais mata mulheres no mundo. Mas, quando diagnosticado no início, pode ser tratado com menos impacto na vida da mulher”, ressalta Adriana Monteiro.

Sinais de alerta e diagnóstico

O sintoma mais comum é o nódulo nas mamas, geralmente indolor e fixo. Outros sinais que merecem atenção incluem:

  • alterações na pele, como aspecto de “casca de laranja” ou vermelhidão;
  • retração ou mudança na coloração do mamilo;
  • pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • e saída anormal de secreção pelas mamas.

A mamografia é o principal exame para detectar alterações antes mesmo que o tumor seja palpável. Quando há suspeita, realiza-se a biópsia, que analisa uma pequena amostra do tecido.

“O autoexame ajuda a mulher a conhecer o próprio corpo, mas não substitui a mamografia nem a avaliação médica anual. A mamografia é um exame seguro e deve ser feita, em geral, a partir dos 40 anos, podendo ser antecipada em casos específicos”, orienta a ginecologista.

Divulgação/Iluminare

Divulgação/Iluminare


Prevenção e políticas públicas

A especialista destaca que as campanhas do Outubro Rosa cumprem um papel importante ao relembrar mulheres e profissionais de saúde sobre o tema, mas defende que a conscientização deve ser contínua.

“Precisamos de políticas públicas que incentivem o autocuidado desde a escola, ampliem o acesso à mamografia no interior e capacitem profissionais para identificar e encaminhar casos suspeitos”, afirma.

Para Dra. Adriana, prevenir é um ato diário. “Mesmo que ninguém na família tenha tido a doença, todas estamos em risco se mantemos hábitos pouco saudáveis. Cuidar do corpo é a melhor forma de se proteger”.