Pesquisadores da Universidade Emory, nos Estados Unidos, divulgaram descobertas promissoras que indicam que a psilocina, um composto psicodélico encontrado em certos cogumelos, tem o potencial de retardar o envelhecimento celular e estender a longevidade em camundongos. Já no experimento, camundongos de 19 meses, o que seria equivalente a 60-65 anos em humanos, receberam inicialmente uma dose baixa de 5 mg, seguida por doses mensais de 15 mg ao longo de 10 meses. 

Os resultados foram surpreendentes: os animais demonstraram um aumento de 30% na taxa de sobrevivência, além de melhorias visíveis na aparência, como pelos mais densos, menos cabelos brancos e até crescimento capilar. Em testes de laboratório com células humanas da pele e do pulmão, a exposição à psilocina resultou em um aumento de mais de 50% na longevidade celular em comparação com os grupos de controle.

Os benefícios observados parecem estar relacionados à capacidade da psilocina de reduzir o estresse oxidativo, melhorar os mecanismos de reparo do DNA e proteger os telômeros. Os telômeros são estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos e estão associados a diversas doenças ligadas à idade, incluindo câncer, neurodegeneração e problemas cardiovasculares.

Louise Hecker, uma das pesquisadoras envolvidas, destacou em um artigo que "os camundongos não apenas viveram mais, eles envelheceram melhor", mantendo sua funcionalidade e dignidade na velhice.

O estudo, publicado na revista Nature Partner Journals Aging, ressalta a importância de avançar para ensaios clínicos em humanos. Essa necessidade se torna ainda mais premente considerando a expectativa de que a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, possa aprovar terapias assistidas por psilocibina para depressão até 2027.

Embora os achados sejam bastante animadores, é fundamental que mais pesquisas sejam conduzidas para avaliar completamente a segurança, eficácia e possíveis efeitos colaterais do uso desses cogumelos em seres humanos.