Três toneladas de medusa invasora são removidas da Baía de Todos-os-Santos
Espécie exótica invasora foi retirada com apoio de cientistas e comunidade
Por: Iago Bacelar
25/08/2025 • 17:39 • Atualizado
Mais de 1600 quilos da medusa Cassiopeia andrômeda, espécie exótica invasora, foram retirados da Baía de Todos-os-Santos no último sábado (23) em ação da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema). A presença da espécie restringe o uso tradicional do estuário por comunidade local e turistas e ameaça a biodiversidade da região.
O diretor de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto, afirmou que o trabalho combina ciência, gestão pública e participação comunitária. “Estamos monitorando como a biodiversidade da região se recompõe após as remoções. Essa é uma experiência inédita no estado, que pode servir de referência para outras localidades que enfrentam problemas semelhantes com espécies exóticas invasoras”, disse.
Pesquisa científica e monitoramento
No Dia Mundial dos Oceanos, em 8 de junho, a Sema realizou uma visita técnica com especialistas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da comunidade local. Na ocasião, foram confirmados pólipos, estruturas microscópicas capazes de liberar novas medusas, indicando reprodução ativa da espécie.
Diante do risco de manutenção da invasão, a Ufba iniciou em junho uma pesquisa científica para analisar a dinâmica populacional da Cassiopeia andrômeda e testar estratégias de contenção. A metodologia prevê mensurações periódicas e campanhas de remoção, seguidas de monitoramento durante três meses.
Organizações locais acompanham a ação, colaborando com a pesquisa por meio da ciência cidadã, método em que a população auxilia os pesquisadores na produção de conhecimento.
Bioinvasão na Baía de Todos-os-Santos
Pesquisadores da Ufba já registraram mais de 60 espécies exóticas invasoras nos mares da Bahia, muitas delas na BTS. A medusa invertida apresenta explosões populacionais rápidas, que em áreas de águas calmas, como fundos cegos em estuários e manguezais, podem se perpetuar quando há presença de pólipos.
A experiência em Itaparica está sendo compartilhada com outras regiões do estado. Representantes da Prefeitura de Maraú, onde a espécie também foi registrada, acompanharam a ação para aprender a metodologia de manejo e aplicá-la em seu território.
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