Zoo de Brasília salva 217 animais vítimas de atropelos, queimadas e tráfico
Entre as histórias de reabilitação estão o tamanduá Queijinho e a onça-parda Farofa, símbolos da luta pela vida no Hospital Veterinário do zoológico
Por: Redação
13/10/2025 • 10:51
O Zoológico de Brasília se tornou um dos principais refúgios para animais silvestres vítimas de acidentes e tráfico no país. De janeiro a setembro de 2025, o Hospital Veterinário (Hvet) da instituição registrou 217 atendimentos, recebendo espécies encaminhadas pelo Ibama, Cetas e Polícia Militar Ambiental.
Entre os casos mais emblemáticos está o do tamanduá-bandeira Queijinho, resgatado em Unaí (MG) após sofrer queimaduras, atropelamento e ataques de cães. Chegou ao Hvet com paralisia, hemorragia ocular e desidratação, mas recuperou os movimentos após meses de fisioterapia e cuidados intensivos. Hoje, Queijinho aguarda liberação para uma área de soltura controlada.
Outra paciente ilustre foi a onça-parda Farofa, encontrada ainda filhote pela Polícia Ambiental em Minas Gerais. Após tratamento e reabilitação no zoo, seguiu para readaptação supervisionada pelo Ibama e deve voltar à natureza em breve. Casos como o da filhote de cachorro-do-mato Lili, também recuperada e já devolvida ao habitat, reforçam o sucesso das ações.
De acordo com o diretor-presidente do zoológico, Wallison Couto, cada resgate representa “uma nova chance de vida”.
“Casos como o de Queijinho, Farofa e Lili mostram como o cuidado técnico aliado à sensibilidade pode transformar destinos”, afirmou.
Os mamíferos mais atendidos neste ano são capivaras e tamanduás-bandeira, enquanto entre as aves destaca-se a arara-canindé, frequentemente vítima do tráfico. Entre os répteis, o gecko aparece com maior incidência.
Com estrutura moderna, o hospital conta com centro cirúrgico, exames laboratoriais, fisioterapia, ultrassonografia e atendimento especializado em odontologia e oftalmologia. Quando a soltura não é possível, o destino do animal é definido pelo Ibama, podendo permanecer no zoológico ou ser encaminhado a outras instituições.
“Sentimos saudade quando um animal volta à natureza, mas é o que desejamos para todos eles: liberdade e vida plena”, completou Tânia Junqueira, coordenadora do Hvet.
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