Filhote com raiva reacende alerta em Salvador após 20 anos sem casos
Diagnóstico mobiliza ações de bloqueio, vacinação e vigilância em vários bairros
Por: Redação
04/12/2025 • 09:33 • Atualizado
A Prefeitura de Salvador emitiu um alerta epidemiológico depois que um filhote de cachorro testou positivo para raiva, interrompendo um período de 20 anos sem registros da doença em cães e gatos na capital baiana. A confirmação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nesta quarta-feira (3).
O animal, que havia sido adotado após ser encontrado nas ruas do bairro de Sussuarana, morreu em 20 de novembro. O exame conduzido pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) confirmou o diagnóstico oito dias depois, na sexta-feira (28). Segundo a SMS, o filhote, com menos de três meses de vida, provavelmente teve contato com animais silvestres antes da adoção, faixa etária para a qual o Ministério da Saúde não recomenda vacinação antirrábica.
Diante do caso, o município ativou uma série de medidas de vigilância e controle, incluindo:
- bloqueio vacinal nas áreas por onde o cão circulou;
- busca ativa de pessoas e animais que possam ter tido contato direto ou indireto;
- orientação e profilaxia humana pós-exposição, quando indicada;
- ações casa a casa, feitas por médicos-veterinários e agentes de combate às endemias;
- vacinação de cães e gatos do entorno, além de monitoramento clínico;
- investigações epidemiológicas em parceria com a vigilância estadual e o Ministério da Saúde.
A SMS reforçou que a principal forma de prevenção é manter cães e gatos vacinados a partir dos três meses de idade. Outras orientações incluem evitar contato com animais silvestres, especialmente morcegos, raposas e saguis, e acionar o Centro de Controle de Zoonoses pelos telefones (71) 3202-0984 ou 156 em caso de avistamentos dentro de residências.
A população também deve procurar atendimento imediatamente caso seja mordida, arranhada ou tenha contato com saliva de animais suspeitos. Morcegos caídos ou com comportamento alterado não devem ser tocados, e qualquer sinal de agressividade súbita, salivação excessiva ou dificuldade motora em animais domésticos deve ser avaliado por um veterinário e comunicado à vigilância.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA) informou que, somente este ano, dois cavalos tiveram diagnóstico confirmado de raiva no estado. O primeiro caso foi registrado em janeiro, e o segundo, no mesmo bairro, em novembro, ambos confirmados por exames laboratoriais.
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