Vereador baiano é denunciado por atuar como “espião” de facção
Promotoria aponta que político de Itabela articulou benefícios para criminosos
Por: Redação
17/12/2025 • 17:30
O vereador de Itabela e assistente social, Lucas Lemos (União Brasil), virou alvo de denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por suspeita de ser um dos integrantes do Bonde do Maluco (BDM). Segundo a acusação, o político teria atuado como uma espécie de “espião” da facção criminosa, usando o mandato para passar informações e dar suporte ao grupo criminoso.
De acordo com o MP, o vereador, que já responde por tráfico de drogas, associação e financiamento do tráfico, se valia do cargo para repassar detalhes sobre a movimentação da Polícia Militar do estado, em ações descritas como de “contrainteligência”, beneficiando diretamente o BDM.
A denúncia também aponta vínculos com integrantes do Comando Vermelho. As investigações indicam que o vereador fazia o papel de “banco” da facção em Itabela: realizava transferências financeiras, emprestava dinheiro e cobrava juros sobre drogas fornecidas pelo grupo.
Empregos de fachada
Ainda conforme o MP, ele ajudava suspeitos a conseguir atestados médicos falsos para justificar faltas em empregos formais usados como fachada. O material reunido pela promotoria cita ainda que, quando necessário, Lemos providenciava atendimento médico para Patrick André de Oliveira, conhecido como "Tito", apontado como líder do BDM na cidade. Isso incluiria a obtenção ilegal de medicamentos e o envio de enfermeiros até o criminoso.
Durante audiência de custódia, o vereador admitiu conhecer Tito há cerca de oito anos e afirmou ter ciência do envolvimento dele com o crime organizado. Também declarou que repassava informações sobre pessoas ligadas ao tráfico quando era questionado pelo líder da facção.
A denúncia vai além e sustenta que o parlamentar exercia influência sobre a gestão municipal para favorecer o grupo criminoso. Em uma das mensagens analisadas, Lemos afirma que falaria com o prefeito para contratar um policial militar que havia estado, no dia anterior, na casa de Tito.
O MP também aponta que o vereador teria ocultado um veículo usado pela facção em diferentes homicídios, deixando o carro em um asilo de idosos da cidade.
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