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MPBA denuncia líder de esquema de drogas após megaoperação

Polícia Federal apreendeu cinco toneladas de drogas na BR-116

Por: Iago Bacelar

02/09/202514:00

O Ministério Público da Bahia (MPBA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Poções, denunciou Jerônimo João da Silva, Patrícia Maria da Silva e Kleber Wilson Izola pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A denúncia foi apresentada em 1º de setembro e resultou da Operação Carga Oculta, deflagrada pela Polícia Federal após apreensão de grande carregamento em Poções.

MPBA denuncia líder de esquema de drogas após megaoperação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Estrutura do esquema criminoso

Segundo o MPBA, Jerônimo João da Silva atuava como líder operacional e utilizava a empresa da família como fachada para o transporte de drogas. Sua filha, Patrícia Maria da Silva, administrava a filial de Recife, em Pernambuco, monitorando a chegada das cargas ilícitas e providenciando sua retirada. Já Kleber Wilson Izola coordenava a logística, controlando veículos, funcionários e estratégias de ocultação de provas.

O Ministério Público pediu a prisão preventiva de Jerônimo, justificando o risco de fuga, a gravidade dos fatos e a possibilidade de continuidade das atividades criminosas. Também foi solicitada a fixação de indenização mínima por danos morais coletivos, a ser destinada ao Fundo de Defesa dos Direitos Fundamentais (FDDF).

A Operação Carga Oculta

A operação teve início após a apreensão de cinco toneladas de drogas em fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal no dia 23 de junho de 2025, na BR-116, em Poções, no sudoeste da Bahia. O material estava escondido em veículos da empresa Nader Transportes e Logística, usada como fachada para o esquema.

Durante a abordagem, foram encontrados cerca de 4,8 toneladas de maconha e 11 kg de haxixe embalados em caixas com a inscrição “Caruaru”. O valor estimado do carregamento chegava a R$ 9,8 milhões no mercado varejista. A droga foi identificada pelo cão farejador da Cipe Sudoeste e confirmada por laudos da Polícia Federal.

Provas e técnicas de ocultação

As investigações mostraram que a quadrilha utilizava dispositivos de rastreamento, camuflagens avançadas e uma estrutura empresarial legalizada para dificultar a detecção. Durante a apuração, foram reunidos extratos bancários, documentos, perícias em aparelhos eletrônicos e interceptações telefônicas que comprovaram a atuação dos denunciados em diferentes funções.

Além da movimentação de drogas entre São Paulo e Pernambuco, a investigação identificou tentativas de obstrução da Justiça e indícios de lavagem de dinheiro, reforçando o caráter estruturado do grupo criminoso.