Megaoperação envolvendo 7 estados revela movimentações de R$ 70 bi do crime organizado
Foco é a desarticulação de esquemas de lavagem de facções como o PCC
Por: Gabriel Pina
28/08/2025 • 17:43 • Atualizado
Nesta quinta-feira (28), uma megaoperação envolvendo autoridades da justiça de Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro, para a desarticulação de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC) foi deflagada. Segundo a Receita Federal, estima-se que o crime organizado movimentou cerca de R$ 70 bilhões de reais.
Ao todo, a megaoperação envolve três frentes: a Operação “Carbono Oculto”, a Operação “Tank” e por fim a Operação “Quasar”. A primeira conta com cerca de 1.400 agentes, que cumprem mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados contra um esquema de sonegação, por meio de postos de combustíveis. De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o PCC agia na importação irregular de produtos químicos para adulterar os combustíveis em mais de 300 postos pelo estado de São Paulo.
Ainda, a Carbono Oculto foi responsável por revelar mais de 40 fundos de investimento da facção com patrimônio de mais de R$ 30 bilhões, segundo autoridades da Receita Federal. O MPSP estima que ao menos 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, são suspeitas de envolvimento no esquema e podem responder por crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.
Já a Operação Tank teve foco em desmantelar esquemas fraudatórios no estado do Paraná, por meio de lavagem de dinheiro em estabelecimentos como postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central. Segundo a Polícia Federal, o grupo atuava desde 2019 e movimentou ao menos R$ 23 bilhões. No total, as forças policiais cumpriram 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão em todo o estado, além de São Paulo e Rio.
Por fim, a Operação Quasar desarticulou também um esquema de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras, através de fundos de investimento, o que dificultava a identificação dos verdadeiros beneficiários e gerava uma blindagem patrimonial e a ocultação da origem dos recursos. Ao todo, foram cedidos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.
Segundo a Receita, juntas, os esquemas fraudulentos podem ter movimentado mais de R$ 70 bilhões, o que a coloca como a maior operação contra o crime organizado na história do Brasil. Já as investigações devem continuar, agora com foco na expansão da organização criminosa para outros estados e na responsabilização dos envolvidos.