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Justiça italiana mantém Zambelli presa após perícia médica

Defesa tentou provar que saúde da deputada impediria prisão

Por: Iago Bacelar

28/08/202516:00

A Justiça italiana decidiu nesta quinta-feira (28) manter a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) presa no Instituto Penitenciário de Rebibbia, em Roma. O Tribunal de Roma levou em conta o laudo de perícia médica e também o risco de fuga da parlamentar.

Justiça italiana mantém Zambelli presa após perícia médica
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

Perícia médica em Carla Zambelli

O perito nomeado pelo tribunal concluiu que não há quadro de saúde que justifique a revogação da prisão preventiva.

“As condições de saúde de Zambelli de Oliveira foram consideradas compatíveis com a prisão, conforme relatório pericial, descartando a necessidade de uma medida menos restritiva”, destacou a Justiça italiana.

O avaliador informou que o exame não revelou sinais de deterioração orgânica nem condição que comprometesse funções corporais ou prognóstico vital.

Doenças apresentadas pela defesa

O laudo rebateu os principais argumentos da defesa da parlamentar.

  • Depressão sem indícios de risco de automutilação, sintomas controlados com medicação e acompanhamento psiquiátrico

  • Taquicardia e quedas de pressão consideradas estáveis e sob tratamento farmacológico

  • Síndrome de Ehlers-Danlos avaliada como não grave e sem risco imediato à vida

  • Diverticulose monitorada, com atendimento médico disponível em caso de crises

Os advogados de Zambelli alegaram que ela possui pelo menos dez doenças. A defesa chegou a contratar uma perícia paralela, de quase 90 páginas, que sustenta agravamento do estado de saúde após a prisão.

Prisão e condenações de Zambelli

A deputada está presa na Itália desde 29 de julho, após quase um mês foragida da Justiça brasileira.

Em 22 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O processo teve origem no episódio em que a parlamentar perseguiu armada o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa foi a segunda condenação de Zambelli no STF. Em decisão anterior, a Primeira Turma fixou pena de 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023 e pela inserção de documentos falsos na plataforma.