A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (21), Paulo Jabur Maluf, um dos proprietários da Camisaria Colombo, pela operação contra fraude milionária no sistema bancário e ocultação de patrimônio.  Além de Paulo, seu irmão Álvaro Maluf Júnior, que também é dono da empresa, bem como Bruno Gomes de Souza, representante legal da BS Capital, também foram presos.

O grupo investigado, composto por ao menos sete pessoas, é acusado dos crimes de furto mediante fraude e fraude contra credores. De acordo com as autoridades, os envolvidos exploraram uma vulnerabilidade em um sistema de pagamentos para criar créditos ilegítimos, causando um prejuízo de cerca de R$ 21 milhões à instituição financeira PagSeguro, que formalizou a denúncia em dezembro.

Além das prisões, a Justiça autorizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em endereços localizados na capital paulista, nas cidades de Birigui e Avaré, no interior do estado, e em Brasília. Os alvos incluem pessoas que teriam se beneficiado dos valores desviados.

Conforme apurado pela Divisão de Crimes Cibernéticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o esquema funcionava por meio de uma conta operada pelos proprietários da Camisaria Colombo, que terceirizava a gestão de pagamentos. Um dos investigados, identificado como Mauricio Miwa, que atualmente está no exterior, teria identificado uma falha no sistema e realizado mais de 2,5 mil transações fraudulentas em um período de 20 dias. Nessas operações, valores eram transferidos para outras contas sem que o débito correspondente fosse realizado na origem.

Cerca de R$ 21 milhões desviados foram direcionados para uma conta da BS Capital, sendo R$ 9 milhões somente entre 1º e 21 de outubro do ano passado. A investigação aponta que a finalidade do esquema era ocultar bens e valores em meio ao processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo, prejudicando credores do sistema financeiro.

A defesa de Álvaro Maluf Júnior informou que tomou conhecimento da investigação apenas na data de hoje e que ainda não teve acesso integral aos autos, mas que já está adotando as medidas cabíveis para assegurar o direito de defesa.