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Chefe do Dnit-RR é alvo de operação que investiga compra de votos em Roraima

Polícia Federal cumpre mandados e bloqueia R$ 10 milhões de investigados

Por: Iago Bacelar

30/07/202513:13

O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Gomes Brasil, foi um dos alvos da operação Caixa Preta, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 30 de julho. A ação apura indícios de compra de votos nas eleições municipais de 2024.

Chefe do Dnit-RR é alvo de operação que investiga compra de votos em Roraima
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao servidor público, em Roraima. O inquérito que embasa a operação é um desdobramento da investigação sobre o dinheiro encontrado escondido na cueca do empresário Renildo Lima, preso em setembro do ano passado.

Presidente da CBF e deputada do MDB também foram alvos da operação

Além de Igo Gomes, a operação também atingiu o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, e a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR). Os dois foram alvo de mandados de busca e apreensão em Roraima.

No caso de Samir, os agentes também cumpriram mandado na sede da CBF, no Rio de Janeiro, onde estiveram entre 6h24 e 6h52 da manhã desta quarta-feira. Médico de formação, Xaud é o primeiro suplente do MDB na Câmara dos Deputados por Roraima.

Segundo a coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, a deputada do MDB havia chegado a Roraima durante a madrugada. No momento da operação, ela não estava em casa.

Investigação envolve recursos supostamente usados para compra de votos

A operação Caixa Preta teve como foco a apuração de indícios de compra de votos nas eleições municipais previstas para 2024. A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões das contas dos investigados.

Fontes da PF informaram que o inquérito também investiga a origem dos valores em espécie encontrados com Renildo Lima, que foi detido no ano passado com dinheiro escondido na roupa íntima. A investigação tenta entender se esse montante teria sido utilizado para influenciar processos eleitorais locais.

Reunião entre Xaud e PF ocorreu dois dias antes da operação

A operação foi realizada dois dias após Samir Xaud se reunir em Brasília com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. De acordo com a coluna de Igor Gadelha, o encontro ocorreu na segunda-feira, 28 de julho, com o objetivo de discutir uma possível cooperação entre a CBF e a corporação federal.

A CBF, em nota oficial, confirmou que recebeu os agentes federais e informou que o presidente da entidade está colaborando com as investigações.

CBF nega relação da operação com o futebol

A Confederação Brasileira de Futebol afirmou que a operação não tem relação com o futebol. Segundo a nota divulgada, a entidade não foi alvo direto da investigação e nenhum equipamento ou documento foi levado da sede da confederação.

A nota diz que "o presidente Samir Xaud permanece tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários". Ainda de acordo com a CBF, a Justiça Eleitoral de Roraima é quem determinou a operação.

A entidade declarou que, até o momento, não foi informada oficialmente sobre o objeto da investigação e que apenas recebeu os agentes em cumprimento de uma decisão judicial.