O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, neste domingo (7), que sua pré-candidatura à Presidência nas Eleições de 2026 pode ser retirada caso uma condição seja atendida. Segundo ele, essa desistência “tem um preço”, que será detalhado nesta segunda-feira (8). Ao deixar um culto evangélico em Brasília, Flávio sinalizou que a principal contrapartida envolve a votação do projeto de anistia aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado medida que beneficiaria diretamente seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso desde setembro.

“Espero que a gente paute a anistia esta semana. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o prometido e deixem o plenário decidir”, declarou. Questionado se esse seria o “preço” para abandonar a candidatura, respondeu: “Não é só isso, mas está caminhando bem”, refletiu.

A pré-candidatura de Flávio foi lançada após indicação do próprio Jair Bolsonaro e recebeu apoio imediato do PL e de aliados do bolsonarismo. O senador afirmou ainda que, caso siga na disputa, pretende apresentar uma imagem mais moderada. “Vocês vão conhecer um Bolsonaro mais centrado, que conhece Brasília e quer pacificar o país”, disse.

Conversas com partidos

Flávio Bolsonaro afirmou que se reunirá nesta segunda-feira (8) com os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, do União Brasil, Antônio Rueda, e do Progressistas, Ciro Nogueira. Ele também pretende convidar Marcos Pereira, do Republicanos. Segundo o senador, o encontro busca alinhar expectativas das legendas após o anúncio de sua pré-candidatura.

Espaço para Ratinho Júnior

Lideranças do Centrão e do PSD avaliam que o lançamento de Flávio abre espaço para uma candidatura alternativa na centro-direita em 2026. A percepção é de que o senador reforça a polarização com Lula, criando uma oportunidade para o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Para dirigentes ouvidos pelo blog de Gerson Camarotti, com Tarcísio de Freitas fora do cenário, há uma tendência de busca por um nome fora da disputa Lula-Bolsonaro. Ratinho Júnior, dizem, deve “jogar parado” enquanto o quadro eleitoral se define.