STF libera Bolsonaro para participar de podcast
Entrevista depende do interesse do ex-presidente em gravar
Por: Redação
02/10/2025 • 18:38 • Atualizado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, liberou o ex-presidente Jair Bolsonaro a dar entrevista no podcast “Café com Ferri”, apresentado pelo influenciador do mercado financeiro Rafael Ferri.
Segundo os produtores do podcast, a ideia de chamar o ex-presidente surgiu deles. Além disso, informam que o programa não será transmitido ao vivo e que respeitará “eventuais sigilos” e “decisões judiciais”. Dessa forma, a realização depende do interesse de Bolsonaro.
Vale relembrar que Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou que o ex-presidente tentou interferir na investigação contra o filho, Eduardo. Porém, as restrições já tinham sido colocadas em prática em julho, quando foi instaurada a tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa à noite e nos fins de semana, restrição de contato com outros investigados e proibição de uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.
Denúncia da PGR e Medidas Contra Jair Bolsonaro
Em 22 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia apontando que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo teriam orquestrado a adoção de medidas retaliatórias pelo governo norte-americano contra o Brasil e autoridades brasileiras. O objetivo seria forçar o Supremo Tribunal Federal (STF) a arquivar processos sem condenações, particularmente os de Jair Bolsonaro, já condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado.
A acusação da PGR inclui a suspensão de vistos de oito ministros do STF e faz referência a publicações dos envolvidos nas redes sociais que prometiam "muito mais por vir" e que "era só o começo".
Apesar das restrições judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, o ex-presidente Jair Bolsonaro continuou a se manifestar publicamente. Ele apareceu em vídeos divulgados por aliados mostrando o equipamento e participando de protestos por telefone, com conversas gravadas com políticos como Flávio Bolsonaro e Nikolas Ferreira (PL-MG).
Para o Ministro Alexandre de Moraes, essas ações indicam a "necessidade e adequação de medidas mais gravosas" para impedir a "contínua reiteração delitiva do réu".
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