O apoio do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), à candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026 foi confirmado nesta segunda-feira (15), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Ao ser questionado sobre se o respaldo dado a Jair Bolsonaro (PL) se estenderia ao filho mais velho, caso o ex-presidente não dispute o Planalto, Nunes afirmou que o cenário aponta nessa direção. “Isso vale para o Flávio Bolsonaro, deve ser o projeto, né? Pelo menos o que está posto aqui”, disse.

Segundo o prefeito, o senador terá pela frente o desafio de construir alianças amplas, repetindo uma estratégia semelhante à adotada por ele próprio nas eleições municipais de 2024. “O PL não veio de forma rápida e espontânea. Requereu bastante conversa, muito diálogo. É o que o Flávio vai ter que fazer agora: conversar, aglutinar, dialogar”, declarou.

Na avaliação de Nunes, a capacidade de articulação política será determinante na disputa presidencial. “A gente precisa de ter na presidência pessoas com capacidade de aglutinar. Essa é a grande missão dele, que eu torço para que ele consiga”, acrescentou.

Cenário eleitoral e força da centro-direita

Durante a entrevista, o prefeito também analisou o cenário eleitoral de 2026 e afirmou considerar viável uma vitória da centro-direita sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É muito possível ganhar do Lula”, afirmou, ao citar a rejeição ao atual presidente e críticas à condução da economia, como o aumento de pedidos de recuperação judicial no agronegócio.

Mesmo fora do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro segue como uma figura central no campo conservador, segundo Nunes. “É inegável que o presidente Bolsonaro tem uma grande liderança, um poder gigantesco de mobilização e carisma”, declarou, mencionando o desempenho do PL nas últimas eleições legislativas.

Ao mesmo tempo, o prefeito reconheceu que a rejeição ao sobrenome Bolsonaro é um fator relevante no debate eleitoral e que precisará ser considerado na construção da candidatura.

União no segundo turno e nomes da direita

Sobre a possibilidade de múltiplos candidatos da direita no primeiro turno, como os governadores Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Jr. (PR), Nunes avaliou que a tendência é de convergência na etapa final da disputa. “Quando chegar o segundo turno, todos vão estar unidos”, afirmou.

Em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito disse que, apesar do bom desempenho em pesquisas, ele nunca se colocou formalmente como candidato à Presidência. Para Nunes, Flávio Bolsonaro seria o nome da família com maior capacidade de diálogo com o centro político.

Ao final da entrevista, Ricardo Nunes reafirmou que não pretende disputar as eleições de 2026 e seguirá à frente da Prefeitura de São Paulo até o término do mandato, em 2028.