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Pesquisa aponta queda no debate político no WhatsApp entre brasileiros

Estudo mostra que receio de conflitos influencia redução desses conteúdos nos grupos

Por: Redação

15/12/202520:00

O hábito de discutir política no WhatsApp tem perdido espaço entre os brasileiros. É o que mostra pesquisa “Os Vetores da Comunicação Política”, divulgada nesta segunda-feira (15), pelo InternetLab em parceria com pesquisadores da Rede Conhecimento Social. O levantamento indica que o ambiente percebido como “agressivo “tem levado usuários a evitar o tema no aplicativo.

Foto Pesquisa aponta queda no debate político no WhatsApp entre brasileiros
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o estudo, realizado entre 20 de novembro e 10 de dezembro, 56% dos entrevistados afirmaram sentir medo de expressar opiniões políticas. A percepção é semelhante entre pessoas que se identificam como de centro (66%), de esquerda (63%) e de direita (61%), conforme o Portal O Globo.

Uma mulher, de 50 anos, ouvida pela pesquisa relatou que o assunto tem sido deixado de lado em espaços de seu convívio. “Evitamos falar sobre política. Acho que todos têm um senso autorregulador ali, e cada um tenta ter bom senso para não misturar as coisas”, afirmou.

A retração também aparece nos números de participação. Hoje, só 6% dos entrevistados dizem participar de grupos focados em política no WhatsApp. Em 2020, esse número era de 10%. A queda também aparece nas conversas do dia a dia: mensagens sobre governo e figuras políticas diminuíram em grupos de família (de 34% para 27%), entre amigos (de 38% para 24%) e até no ambiente profissional (de 16% para 11%), na comparação com dados de 2021.

Apesar da tendência de cautela, 12% dos participantes disseram ter compartilhado mensagens consideradas importantes, mesmo sabendo que poderiam causar desconforto.

Entre os 44% que se dizem à vontade para falar de política no aplicativo, as principais estratégias incluem conversar apenas no privado (34%), usar humor (30%) e participar de grupos com pessoas de posicionamento semelhante (29%). A pesquisa ouviu 3.113 pessoas com 16 anos ou mais, de todas as regiões do país.