Vereador causa revolta ao dizer que feriado da Consciência Negra é racista
Ativistas de Feira de Santana apontaram desrespeito em fala do edil
Por: Redação
13/11/2025 • 14:17 • Atualizado
A afirmação do vereador Edvaldo Lima (União Brasil), que classificou o feriado da Consciência Negra como um “ato de racismo”, provocou forte reação entre militantes e entidades ligadas ao movimento negro em Feira de Santana. A declaração, feita durante sessão na Câmara Municipal, foi recebida como ofensiva e desrespeitosa à trajetória histórica de luta do povo negro no Brasil.
De acordo com informações do Acorda Cidade, o comentário surgiu após debate sobre a autorização para o funcionamento do comércio no dia 20 de novembro, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra.
A educadora e ativista Hely Pedreira, que integra o movimento de mulheres negras e é mestre em Educação, repudiou a fala do parlamentar. Para ela, o posicionamento demonstrou desconhecimento e descaso com as pautas raciais. Hely também criticou a lógica comercial usada no debate.
A coordenadora da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, Marinalda Soares, ressaltou que a fala é ainda mais impactante por partir de um homem negro e detentor de mandato público.
Segundo Marinalda, a declaração ignora o papel histórico da data e reforça estereótipos que ainda afetam a população negra.
Resistência e reação
As manifestações de repúdio ganharam força nas redes sociais e em grupos comunitários. Para os movimentos negros de Feira de Santana, a fala do vereador evidencia como o racismo estrutural ainda se manifesta em espaços de poder.
Ativistas ressaltam que o feriado da Consciência Negra representa respeito, memória e reconhecimento da contribuição da população negra na formação social, cultural e econômica do país, valores que, segundo eles, não podem ser reduzidos a uma disputa comercial.
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