O vereador Sílvio Humberto (PSB), economista com doutorado pela Unicamp e mestrado pela UFBA, participou nesta quarta-feira (22) do programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), comandado por Luis Ganem. Durante a conversa, ele destacou o papel da educação na transformação social, falou sobre o impacto do Instituto Cultural Steve Biko e criticou a gestão da rede municipal de Salvador durante a greve dos professores.

Presidente de honra do Instituto Cultural Steve Biko, primeiro pré-vestibular do Brasil voltado para a comunidade negra, Sílvio destacou a trajetória de 33 anos da instituição, fundada em 1992, e o impacto que já transformou a vida de quase cinco mil pessoas.

“Três coisas mudaram a minha vida: estudar, estudar e estudar. Mas quando você conjuga esse verbo, precisa de oportunidades. A educação é o pilar, mas sozinha não basta, ela deve vir acompanhada de chances reais para que os talentos floresçam”, afirmou.

O parlamentar ressaltou ainda a importância de programas voltados à ciência e à tecnologia, como o Oguntec, desenvolvido pelo Instituto. “Nos anos 1990, falar de universidade era quase um sonho distante. Hoje, temos ex-alunos que são professores universitários, pesquisadores e intelectuais de referência, como Carla Akotirene, que tive a honra de homenagear com a medalha Maria Quitéria”, lembrou.

Sílvio também aproveitou a ocasião para aconselhar os estudantes que se preparam para o Enem 2026.

“Estudar é um ato político. Quer ser rebelde? Aprenda física, química e matemática. Isso muda não só a sua vida, mas a da sua família e da sua comunidade”, declarou.

Críticas à gestão da educação municipal

Durante a entrevista, o vereador criticou a condução da greve da rede municipal de ensino, que deixou os alunos sem aula por mais de 70 dias no início do ano letivo. Para ele, a falta de diálogo entre a prefeitura e os professores foi um erro grave.

“A prefeitura cometeu um equívoco ao não negociar com os docentes. Quando tentou resolver, acabou piorando o problema ao propor o fim da carreira do magistério para resolver a questão do piso. Isso poderia ter sido evitado com diálogo”, afirmou.

Sílvio destacou que o maior prejuízo recai sobre as crianças e defendeu mais investimento nas escolas e condições dignas para o trabalho docente.

“Temos professores mestres e doutores atuando na rede municipal, mas que enfrentam salas quentes, sem estrutura. Precisamos transformar a escola em um espaço acolhedor, onde o aluno sinta prazer em aprender”, pontuou.

O edil destacou a importância da sintonia entre Estado e município para garantir uma educação de qualidade. “Durante a pandemia vimos como essa parceria pode dar certo. A educação não pode ser uma corrida por índices, mas um projeto de futuro coletivo”, concluiu.