Condenação de Bolsonaro eleva tensão diplomática com os EUA
Itamaraty reage a críticas e ameaça de sanções de Washington
Por: Redação
15/09/2025 • 18:07 • Atualizado
Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão na última quinta-feira (11), a tensão política entre Brasil e Estados Unidos voltou a crescer.
Em declaração à imprensa, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o país responderá em breve à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), criticando o que chamou de "campanha de opressão judicial" e a desintegração do "Estado de Direito" no Brasil.
Rubio acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de perseguir Bolsonaro e de tentar impor jurisdição extraterritorial sobre cidadãos americanos. Ele reforçou a posição do governo Trump, que já havia suspendido o visto de Moraes, e classificou a condenação como parte de uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente.
Outros funcionários do Departamento de Estado americano também se manifestaram. O vice-secretário Christopher Landau disse que a decisão leva as relações entre os dois países ao "ponto mais sombrio em dois séculos", enquanto o subsecretário Darren Beattie classificou a condenação como "censura e perseguição".
O deputado federal Eduardo Bolsonaro indicou que a pressão internacional deve aumentar, sugerindo que os Estados Unidos podem aplicar sanções adicionais contra as autoridades brasileiras. Ele espera que a Lei Magnitsky, já utilizada anteriormente contra Alexandre de Moraes, seja estendida aos outros ministros que votaram pela condenação de seu pai: Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Resposta
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro repudiou as ameaças, defendendo a soberania do país e a independência do poder judiciário. O Itamaraty declarou que o Brasil não será intimidado por interferências externas e que as acusações ignoram as provas contundentes do processo.
Vale lembrar que o Brasil já enfrenta sanções econômicas, como uma tarifa de 50% sobre a exportação de diversos produtos brasileiros, imposta pelos EUA em resposta à situação política interna. Embora a medida tenha sido suavizada recentemente com a remoção de tarifas sobre celulose e ferro-níquel, a incerteza sobre futuras ações americanas permanece mais depois de tudo que ocorreu nos últimos dias.
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