Condenação de Bolsonaro acirra tensão com EUA e pode gerar novas sanções
Declarações de autoridades americanas expõem risco de mais retaliações diplomáticas contra o Brasil
Por: Redação
13/09/2025 • 12:00 • Atualizado
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito provocou forte reação dos Estados Unidos, ampliando o clima de instabilidade diplomática e econômica entre os dois países.
Com tarifas de até 50% ainda em vigor sobre produtos brasileiros e autoridades nacionais já punidas, novas sanções vêm sendo cogitadas por figuras de peso do governo Trump e por parlamentares republicanos.
Na quinta-feira (11/9), o secretário de Estado Marco Rubio classificou o ministro Alexandre de Moraes como “violador de direitos humanos” e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de “perseguições políticas”. O Itamaraty reagiu de imediato, afirmando que o Brasil “não se intimidará diante de ameaças externas”.
Outros integrantes da cúpula norte-americana reforçaram a pressão. O vice-secretário Christopher Landau declarou que a decisão do STF levou as relações Brasil-EUA ao “ponto mais sombrio em dois séculos”. Já Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública, chamou a condenação de Bolsonaro de “censura e perseguição”.
Parlamentares republicanos também defenderam punições, como o deputado Rich McCormick, que prometeu “sanções severas” contra ministros do Supremo. Até a Casa Branca elevou o tom: a porta-voz Karoline Leavitt não descartou a possibilidade de intervenção militar em casos futuros.
O próprio Donald Trump, no entanto, adotou postura mais cautelosa, afirmando apenas que considerava “surpreendente” a condenação.
Entre as sanções já em vigor estão tarifas sobre exportações brasileiras e medidas pessoais contra Moraes, que teve bens bloqueados e vistos suspensos nos EUA. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, afirmou que novas punições devem ser aplicadas, inclusive contra ministros do STF que votaram pela condenação.
A escalada diplomática reforça a incerteza sobre os próximos capítulos da relação entre Brasília e Washington, em meio à possibilidade concreta de mais retaliações norte-americanas.
Relacionadas