Manno Góes fala sobre nova fase como escritor e o lançamento de “A Fraternidade”
Em entrevista ao Portal Esfera no Rádio, o músico e compositor baiano comentou sua relação com a escrita e revelou planos para novos livros
Por: Domynique Fonseca
16/10/2025 • 12:57
O cantor, compositor, produtor, diretor artístico e escritor, Manno Góes, conhecido por sucessos que marcaram gerações como “Mila”, “Praieiro” e “De Bandeja”, esteve no programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), apresentado por Luis Ganem, nesta quinta-feira (16). Durante a entrevista, o artista falou sobre sua trajetória, a relação com a banda Jammil e Uma Noites e o novo momento de sua carreira, agora voltado para a literatura de ficção.
Manno acaba de lançar seu primeiro romance,“A Fraternidade”, obra que mistura fatos históricos, cultura pop e crítica social em uma trama de suspense. Apesar de já ter se aventurado na literatura em 2014, com o livro de contos “Acarajé Bour Mercier”, essa é sua primeira incursão no gênero.
“Esse livro tem um aspecto muito afetivo porque meu pai acompanhou todo o processo de criação. É um thriller, uma história sobre uma fraternidade criminosa com ramificações políticas e religiosas. O protagonista descobre um grande segredo e foge, e a partir daí a trama se desenvolve”, contou o artista.
O músico lembrou que o projeto ficou guardado por mais de 15 anos e só agora decidiu publicá-lo, com o incentivo do editor André Portugal, da Editora P55.
“Eu sempre postergava, achava que não era o momento. Mas meu editor me fez perceber que quem faz o momento somos nós. Resolvi romper essa barreira e lançar o livro. Ele representa também uma lembrança do meu pai e o início de uma nova fase criativa”, afirmou.
Mesmo com a dedicação à literatura, Manno segue ligado à música e à banda Jammil e Uma Noites, da qual é sócio-fundador. Ele relembrou as transformações do grupo ao longo dos anos e destacou o talento do atual vocalista, Rafa Barreto.
“O Jammil tem uma marca muito forte, um trabalho sólido no mercado. E, paralelamente a isso, sigo com meus projetos pessoais, compondo e gravando com amigos. A música continua na veia”, disse.
Ao comparar os dois universos, o artista destacou que música e literatura exigem sensibilidades diferentes, mas nascem da mesma necessidade de criar.
“A música é mais imediata, passa a mensagem em poucos minutos. A literatura te permite flutuar, explorar personagens, sentimentos e reflexões. São formas distintas de expressar o que sinto, mas ambas nascem da mesma necessidade: colocar para fora aquilo que já não cabe mais dentro”, concluiu.