‘Só punição severa muda o cenário’, diz Edcarlos sobre racismo nos estádios
Jogadores mundialmente conhecidos como Vini Jr. viraram vítimas recorrentes
Por: Domynique Fonseca
25/11/2025 • 17:00
Durante participação no programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), nesta terça-feira (25), o ex-zagueiro e empresário esportivo Edcarlos reforçou críticas à forma como o futebol brasileiro e mundial vem lidando com casos de racismo. A entrevista, conduzida por Luis Ganem, ocorreu após a participação do ex-jogador na Comissão Geral na Câmara dos Deputados, onde discutiu ataques sofridos pelo brasileiro Vinícius Júnior na Espanha.
Embora um caso recente envolvendo uma torcedora do Avaí tenha reacendido o debate sobre o tema, Edcarlos fez questão de focar na postura das entidades que comandam o esporte. Para ele, a resposta aos episódios ainda está muito aquém do necessário.
Edcarlos classificou as ações atuais como insuficientes e defendeu que CBF, FIFA e Conmebol firmem um acordo de cooperação para aplicar punições mais duras e padronizadas.
“Tem que haver um acordo entre CBF, FIFA e Conmebol, que são os órgãos capazes de mudar isso de verdade. Não adianta ver o caso acontecer, dar entrevista e pedir justiça. A punição precisa ser mais severa para que essas pessoas pensem duas vezes antes de falar”, afirmou.
O ex-zagueiro citou que, apesar de algumas consequências individuais ocorrerem, nesse caso em específico, a perda de emprego da torcedora identificada proferindo ofensas contra torcedores do Remo, essas medidas acabam surgindo mais pela pressão pública do que por uma política esportiva eficaz.
“É louvável quando uma empresa toma atitude, mas ainda é muito pouco. Só punição dura faz quem pensa assim rever suas atitudes”, destacou.
União dos atletas e exemplos internacionais
Edcarlos também lembrou que, em países europeus, medidas mais contundentes já são previstas em regulamento, como a paralisação de partidas ou a saída de campo das equipes em casos de racismo. Para ele, esse modelo precisa ser adotado no Brasil com apoio dos próprios jogadores.
“Na Espanha, o árbitro pode parar o jogo, e o time pode deixar o campo. Aqui também precisa ser assim. Os atletas têm que se unir e realmente dizer ‘não dá mais’”, afirmou.
Enquanto clubes e federações emitem notas de repúdio, o ex-zagueiro apontou que a mudança real depende de punições que atinjam diretamente os responsáveis e de uma ação conjunta das entidades que governam o esporte.
Para ele, apenas com rigor e união será possível frear a repetição de casos como o que motivou novamente o debate nacional.
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