Edcarlos relembra trajetória e desafios do futebol à vida empresarial
Ex-zagueiro campeão mundial fala sobre carreira, superação e nova fase fora dos gramados
Por: Domynique Fonseca
25/11/2025 • 12:59 • Atualizado
O ex-zagueiro e hoje empresário esportivo Edcarlos Conceição Santos foi o convidado desta terça-feira (25) no programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5). A conversa, comandada pelo apresentador Luis Ganem, trouxe reflexões sobre a carreira iniciada ainda na adolescência, as dificuldades enfrentadas no esporte e a adaptação ao universo empresarial após deixar os gramados.
Aos 40 anos, nascido em Areia Branca, em Lauro de Freitas, Edcarlos carrega no currículo conquistas expressivas; campeão brasileiro, da Libertadores e do Mundial pelo São Paulo. Revelado nas categorias de base do clube paulista aos 15 anos, o defensor ganhou sua primeira oportunidade no time profissional sob o comando de Emerson Leão.
Desde então, construiu carreira em grandes times do Brasil e do exterior, como Benfica, Fluminense, Cruzeiro, Grêmio, Atlético Mineiro, Olímpia-PAR, Goiás, Portugal e Coreia do Sul. No Vitória, atuou em 14 partidas e marcou quatro gols.
“A vida fora do campo é outro jogo”, afirma Edcarlos
Apesar da aposentadoria, o ex-jogador se mantém ligado ao futebol, agora atuando na gestão de carreiras e no acompanhamento de jovens atletas. Durante a entrevista, destacou que a rotina fora de campo exige uma nova preparação.
“Parece fácil porque passei 20 anos no futebol, mas eu estava dentro do campo. Fora dele, é outro aprendizado. Aprendo diariamente com as crianças, com empresários, com as pessoas que me ajudam”, disse.
Ele contou que sempre ouviu dos treinadores que a passagem pelo futebol profissional é rápida, mas só compreendeu isso com o tempo.
“Quando você é jovem, com 15 ou 16 anos, acha que aquilo não vai passar. Mas o futebol é intenso, e quando vê, 20 anos passaram num piscar de olhos”, afirmou.
Competitividade no Brasil
Edcarlos destacou também a grande disputa por espaço no futebol brasileiro. “O difícil não é passar na peneira, é se manter. Todo dia chega alguém melhor. No Brasil, é um funil para milhões de jovens que sonham em ser jogador. Nem todos vão alcançar esse status.”
Ele relembrou sua própria trajetória, os “nãos” recebidos no início, como a reprovação na avaliação do Grêmio, e a importância de encontrar pessoas que o ajudaram no caminho. Uma dessas figuras foi o “tio Nilton”, que o acolheu em Porto Alegre após a primeira negativa e o incentivou a seguir tentando.
Experiências no exterior e choque de profissionalismo
O ex-atleta comentou ainda sobre o impacto de suas experiências internacionais, especialmente em Portugal e na Coreia do Sul.
“Os caras chegavam duas horas antes do treino para fazer pré-treino por conta própria. Era um profissionalismo diferente. Aqui no Brasil isso evoluiu, mas ainda faltam estruturas para que o jogador consiga estender o tempo no clube para tratamento e preparo", comentou.
O ex-zagueiro destacou ainda que o impacto cultural foi ainda maior na Coreia do Sul, onde a disciplina e o respeito à hierarquia são marcantes.
“O povo na Coreia é muito acolhedor. É uma cultura totalmente diferente. Aprendi muito, principalmente sobre o respeito que eles têm pelo mais velho. O mais velho é independente da idade. Às vezes, a pessoa tem só um ano a mais que você, mas eles têm um respeito à hierarquia que é absurdo”, relatou
Edcarlos ressaltou o papel fundamental das pessoas que o acompanharam no início da carreira, como a família do ex-lateral Fábio Santos, que o acolheu em São Paulo.
“A mãe do Fábio me tratou como filho. Esse cuidado fez toda diferença. Ter alguém que te orienta e te protege nesse início é essencial", concluiu.
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