Nestlé demitirá 16 mil funcionários em reestruturação global
Corte atinge quase 6% do quadro e ocorre após crise interna e troca no comando da empresa
Por: Redação
16/10/2025 • 13:47
A Nestlé, gigante multinacional do setor alimentício, anunciou nesta quinta-feira (16) a demissão de mais de 16 mil funcionários em todo o mundo. O corte representa 5,8% do quadro total da empresa, que atualmente emprega cerca de 277 mil pessoas.
Segundo o novo CEO, Philipp Navratil, as demissões acontecerão de forma gradual nos próximos meses. A medida faz parte de um plano de redução de custos e reestruturação interna que busca recuperar a confiança de investidores e acionistas após um período de instabilidade.
“O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido”, declarou Navratil ao anunciar o plano de cortes.
O executivo informou que a Nestlé ampliou sua meta de redução de despesas até o fim de 2027, passando de US$ 3,13 bilhões (R$ 17 bilhões) para US$ 3,76 bilhões (R$ 20,4 bilhões).
O anúncio teve repercussão imediata no mercado financeiro: as ações da Nestlé subiram quase 8% na Bolsa de Valores de Zurique (Suíça) nas primeiras horas do pregão desta quinta-feira.
Escândalo amoroso derrubou ex-CEO e agravou crise interna
Além da crise financeira, a Nestlé atravessa um momento de instabilidade institucional. Em setembro, o então CEO Laurent Freixe foi demitido após uma investigação interna comprovar que ele mantinha um relacionamento secreto com uma funcionária diretamente subordinada.
A empresa declarou que a conduta violou o código de ética corporativo e configurou conflito de interesse, tornando insustentável a permanência do executivo no cargo.
Dias depois, o presidente do Conselho de Administração, Paul Bulcke, também deixou a função após fortes críticas de investidores pela condução do caso. Com quase 50 anos de atuação na Nestlé, Bulcke classificou a demissão de Freixe como “necessária”, embora no ano anterior o tivesse descrito como “a escolha perfeita” para o cargo.
O episódio gerou uma crise de governança dentro da companhia e abalou sua imagem internacional. Para substituir Bulcke, o Conselho nomeou Pablo Isa, que assumiu a presidência no dia 1º de outubro.