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Ponte Salvador-Itaparica promete travessia rápida e estímulo à economia local

Projeto terá canteiros em Salvador, Vera Cruz e São Roque do Paraguaçu

Por: Iago Bacelar

01/08/202518:24Atualizado

A construção da Ponte Salvador-Itaparica deve gerar cerca de sete mil empregos diretos, com prioridade para trabalhadores das comunidades locais, segundo informou Cláudio Villas Boas, CEO da concessionária responsável pelo projeto, em entrevista exclusiva ao Jornal A TARDE. A obra marca um dos principais investimentos em infraestrutura da Bahia e contará com três grandes canteiros localizados em Salvador, Vera Cruz e São Roque do Paraguaçu.

Ponte Salvador-Itaparica promete travessia rápida e estímulo à economia local
Foto: Divulgação/governo do Estado

Mão de obra será formada nas comunidades locais

De acordo com o CEO da empresa responsável pela obra, o recrutamento priorizará trabalhadores da própria região. Ele adiantou que a empresa já está se articulando com instituições públicas para viabilizar a qualificação da mão de obra ainda este ano.

"Sem dúvida alguma, boa parte da mão de obra será local. A gente tem programas de formação de mão de obra sendo planejados e estruturados conjuntamente com o município, com o Estado e com o Senai", afirmou Cláudio Villas Boas.

A capacitação será implementada de forma progressiva conforme a obra avança, com o objetivo de empregar o maior número possível de moradores da região da ilha de Itaparica e entorno. Os cursos devem ser realizados em parceria com o Senai, com apoio dos governos estadual e municipal.

Travessia em 10 minutos e tarifa similar ao ferry

Durante a entrevista, o executivo também detalhou o valor estimado do pedágio, que deve ser semelhante ao praticado atualmente pelo ferry-boat que faz a ligação entre Salvador e a ilha.

"A tarifa foi definida pelo governo da Bahia no edital com o racional de equalizar com a tarifa do ferry-boat. Só para referência, um carro pequeno que cruza pelo ferry-boat paga em torno de R$ 50, incluindo o motorista. Cada passageiro adicional tem que pagar. No caso da concessão rodoviária, a tarifa de pedágio hoje seria aproximadamente R$ 50, só que está incluso todos os passageiros do carro", disse Villas Boas.

Além do custo similar, a ponte também vai proporcionar agilidade na travessia, com um tempo estimado de apenas 10 minutos para cruzar a Baía de Todos-os-Santos. Essa economia de tempo será um diferencial para quem faz o trajeto frequentemente.

"Ou seja, tem um benefício econômico também para aqueles usuários do ferry-boat, embora a tarifa seja semelhante. Adicionalmente, você vai fazer uma travessia em 10 minutos", completou o executivo.

Contrato de 35 anos autoriza cobrança de pedágio até 2060

O contrato de parceria público-privada (PPP) entre o governo da Bahia e a concessionária foi assinado em junho, formalizando o início da nova etapa do projeto. A empresa, formada por duas grandes companhias chinesas, será responsável pelo investimento e pela exploração do pedágio por até 35 anos, até 2060. Caso a ponte seja inaugurada em 2031, o prazo restante de concessão será de 29 anos.

Moradores da ilha terão desconto na tarifa

A concessão prevê um desconto progressivo para usuários frequentes, com o objetivo de beneficiar os moradores da ilha que se deslocam rotineiramente até Salvador. O modelo prevê um incentivo específico para quem fizer o trajeto de ida e volta em um curto intervalo.

"Está previsto, também no edital, o que a gente chama de ‘tarifa do usuário frequente’. Quem usar a ponte nos dois sentidos, no intervalo de 24 horas, vai pagar a tarifa cheia na primeira passagem, e na volta paga somente 10%. É um incentivo, um facilitador para quem tem o interesse de residir do outro lado da Baía de Todos-os-Santos e frequentar a região metropolitana", explicou Villas Boas.

A medida poderá beneficiar trabalhadores, estudantes e outros grupos que vivem na ilha e atuam em Salvador, promovendo maior integração metropolitana e reduzindo os custos com deslocamento diário.

Obra ainda não tem data para inauguração

Apesar do avanço com a assinatura do aditivo contratual, a obra ainda está em fase preparatória e não tem data definida para a inauguração. A expectativa é que o projeto avance nos próximos meses com a instalação dos canteiros e o início das ações de formação de mão de obra.

A Ponte Salvador-Itaparica é considerada estratégica para o desenvolvimento regional e deve transformar as dinâmicas de transporte e mobilidade entre a capital baiana e o Recôncavo. A travessia rápida e o acesso facilitado têm potencial para impulsionar o turismo, o comércio e a circulação de serviços, além de promover um novo modelo de ocupação urbana entre as duas margens da baía.