O Brasil registrou 211 assassinatos de indígenas ao longo de 2024, segundo dados do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O número representa um leve aumento em relação a 2023, quando foram contabilizados 208 casos.

A maior parte dos homicídios se concentrou nos estados de Roraima (57 casos), Amazonas (45), Mato Grosso do Sul (33) e Bahia (23). O levantamento também destaca que 71 vítimas tinham entre 20 e 29 anos, o que evidencia o impacto da violência sobre os jovens indígenas.

Além dos homicídios, o relatório aponta 424 casos de outras formas de violência contra indígenas, incluindo ameaças, racismo, violência sexual, agressões físicas, tentativas de homicídio e homicídios culposos, caracterizando um aumento de 3,1% em relação ao ano anterior.

Este é o primeiro relatório do Cimi publicado após a sanção da Lei 14.701/2023, que instituiu o Marco Temporal. Segundo a entidade, a nova legislação fragiliza os direitos territoriais dos povos originários e tem contribuído para o avanço de invasões e conflitos em terras indígenas, agravando o cenário de violência.

O Cimi alerta ainda para o crescimento das violações aos direitos básicos dos povos indígenas, como saúde, educação e acesso à água potável, especialmente em territórios onde há disputas fundiárias ou presença de atividades ilegais, como garimpo e extração de madeira.