Relógio do clima marca contagem para colapso ambiental em evento em Salvador
Com presença de nomes como Erika Hilton e Kumi Naidoo, o Global Artivism 2025 reúne artistas e ativistas de mais de 100 países
Por: Redação
04/11/2025 • 11:24
O tempo que resta, segundo o “relógio do clima”, é de três anos, 260 dias e menos de 20 horas para que o planeta alcance a meta de emissão zero de gases de efeito estufa e evite o colapso ambiental. O alerta abriu, nesta segunda-feira (3), o primeiro dia do Global Artivism 2025, conferência internacional que transformou Salvador em palco de debates sobre sustentabilidade, arte e justiça social.
O evento, sediado no Hotel da Bahia by Wish e espalhado por mais de dez espaços da capital baiana, reuniu figuras de destaque como a deputada Erika Hilton e o ativista sul-africano Kumi Naidoo, embaixador do movimento. A programação incluiu discussões sobre mudanças climáticas, filantropia e representatividade de mulheres negras, culminando em uma intervenção artística na Praça Campo Grande, onde o público celebrou o início da conferência.
Idealizador do “relógio do clima”, o artista Raul de Lima destacou que a iniciativa busca despertar consciência, não medo. Inspirado em dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o projeto foi criado há cinco anos e já está presente em países como Itália e Coreia do Sul, além do gabinete da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
“O relógio é uma janela de esperança. Ele mostra que ainda há tempo para agir, para trazer mais pessoas para essa conversa e acreditar que a transformação é possível”, afirmou Raul.
O Global Artivism nasceu na África do Sul, idealizado pelo rapper Ricky Rick, que criou o movimento após a perda do filho. A proposta é construir um espaço seguro para artistas e ativistas engajados em causas sociais. A vinda do evento à Bahia surgiu após uma conversa entre Ricky Rick e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
“Ele queria levar o encontro para Santarém, mas Margareth o convenceu de que a Bahia era o lugar ideal para essa celebração da arte e da resistência”, contou Piti Canellas, coordenadora-geral do evento.
Reunindo mais de 900 artistas e ativistas de mais de 100 países, o Global Artivism 2025 discute pautas que vão do cinema negro e trans à luta contra o genocídio palestino, além de promover shows, exposições e rodas de conversa em locais como o Goethe-Institut, Espaço Cultural da Barroquinha, Cine Glauber Rocha e Teatro Gregório de Mattos.
O evento segue até quarta-feira (5) e deve encerrar com a elaboração de um documento coletivo contendo propostas e soluções para os desafios ambientais e sociais. O material será apresentado na COP 30, que começa na próxima segunda-feira (10), em Belém (PA).
