PF prende dono do Banco Master no Aeroporto de Guarulhos
Detenção ocorreu em Guarulhos às vésperas da operação que apura títulos de crédito falsos
Por: Redação
18/11/2025 • 08:38 • Atualizado
A Polícia Federal prendeu na segunda-feira (17) o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele foi detido quando tentava embarcar em um avião particular com destino a Malta, segundo a corporação.
A ação aconteceu no Aeroporto de Guarulhos e foi conduzida pela Polícia Federal, que o levou para a Superintendência da PF em São Paulo. A defesa do empresário não foi encontrada pela reportagem.
Poucas horas depois da captura, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master e determinou a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. O anúncio ocorreu um dia após o grupo Fictor Holding Financeira divulgar a intenção de comprar a instituição, com participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e promessa de aporte inicial de R$ 3 bilhões. Com a liquidação, qualquer negociação é automaticamente interrompida.
Operação foi antecipada diante de risco de fuga
Investigadores relataram que Vorcaro passou parte da tarde de segunda-feira no banco e, logo após o comunicado sobre a venda, deixou o local de helicóptero rumo a Guarulhos. De acordo com a PF, ele seguiu direto para a área de aviação executiva para embarcar na aeronave com destino internacional. A corporação afirma não haver dúvidas de que ele tentava deixar o país em razão das repercussões da venda, ainda que desconhecesse que seria alvo da operação prevista para o dia seguinte.
O caso integra a operação Compliance Zero, que cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. A ofensiva tem como alvo um esquema de emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Investigações apuram fraudes em carteiras de crédito
Conforme a apuração, o inquérito começou em 2024 após requisição do Ministério Público Federal. A PF investiga a fabricação de carteiras de crédito sem lastro por uma instituição financeira, que teria vendido esses títulos a outro banco. Após fiscalização do Banco Central, os papéis foram substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.
Os suspeitos podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros crimes financeiros.
