Justiça autoriza transferência de sete líderes do CV para presídios federais
Decisão ocorre após megaoperação no Rio que deixou 121 mortos
Por: Redação
05/11/2025 • 10:02
Uma semana após a megaoperação policial que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro, a Justiça autorizou, nesta terça-feira (4), a transferência de sete presos apontados como lideranças do Comando Vermelho (CV) para penitenciárias federais. A medida busca reforçar o controle sobre os chefes da facção que atuam dentro do sistema prisional fluminense.
O processo seguirá agora para o Juízo Federal, responsável pelos trâmites legais da transferência. Assim que o procedimento for concluído, a Polícia Penal Federal realizará o transporte dos detentos.
Entre os nomes confirmados estão Arnaldo da Silva Dias (Naldinho), Carlos Vinicius Lírio da Silva (Cabeça do Sabão), Eliezer Miranda Joaquim (Criam), Fabrício de Melo Jesus (Bicinho), Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (My Thor), Alexander de Jesus Carlos (Choque) e Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha).
Por questões de segurança, o destino dos presos não será informado antes da conclusão das escoltas. O governo do Rio de Janeiro havia solicitado dez novas vagas em presídios federais para o envio de integrantes da facção.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, 12 novos detentos do estado foram incluídos no Sistema Penitenciário Federal em 2025. O Rio é atualmente o segundo estado com mais presos sob custódia federal, totalizando 59 custodiados.
“Doca” continua foragido
O principal alvo da operação, Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, segue foragido. Considerado uma das principais lideranças do Comando Vermelho na Penha, ele teria fugido durante a ação com o apoio de cerca de 70 comparsas armados que formaram um cerco para garantir sua saída da comunidade.
Apontado pelo Ministério Público como responsável por ordenar atos de tortura no Complexo da Penha, Doca também seria o chefe do tráfico de drogas no Morro do São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense.
Natural de Caiçara, na Paraíba, o criminoso consolidou sua posição dentro do CV ao longo dos últimos anos, expandindo sua influência para diversas regiões do estado.
A polícia ainda não localizou o suspeito, e o Disque Denúncia oferece R$ 100 mil de recompensa por informações que levem à sua captura o mesmo valor pago à época pela prisão de Fernandinho Beira-Mar.
As forças de segurança continuam as buscas por Doca, enquanto o estado do Rio de Janeiro segue sob atenção após a ação policial mais letal da história fluminense.
