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Após megaoperação, moradores da Penha amanhecem diante de fila de corpos

Pelo menos 57 corpos foram retirados por moradores durante a madrugada, um dia após ação policial que deixou 64 mortos oficialmente

Por: Redação

29/10/202508:55Atualizado

A manhã desta quarta-feira (29) foi marcada por uma cena de horror na Praça da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Corpos cobertos por lonas foram alinhados no chão por moradores, que afirmam ter encontrado dezenas de mortos em uma área de mata próxima ao Complexo da Penha, após uma grande operação policial.

Foto Após megaoperação, moradores da Penha amanhecem diante de fila de corpos
Foto: Reprodução/ X

De acordo com o ativista e comunicador Raull Santiago, cerca de 57 corpos foram retirados da mata por moradores durante a madrugada. As imagens e relatos se espalharam rapidamente pelas redes sociais, levantando questionamentos sobre a dimensão real da operação.

Até o momento, o governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Segurança Pública não confirmaram se os corpos encontrados integram o saldo oficial da Operação Contenção, que até a noite de terça-feira (28) registrava 64 mortos.

Realizada nos complexos do Alemão e da Penha, a Operação Contenção reuniu cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, em uma das maiores ações conjuntas já registradas na capital fluminense.

Segundo informações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), responsável pela investigação que levou à operação, o objetivo era conter a expansão do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças da facção.

Entre os alvos, 30 suspeitos seriam oriundos de outros estados, especialmente do Pará, e estariam escondidos nas comunidades.

A megaoperação, porém, tem gerado intensas críticas de organizações de direitos humanos e moradores, que denunciam o elevado número de mortes e a ausência de transparência sobre os resultados. Até a manhã desta quarta-feira, nenhum balanço atualizado havia sido divulgado pelos órgãos oficiais.