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Obesidade sarcopênica atinge 12% dos adultos acima de 40 anos, aponta estudo

Condição combina excesso de gordura e perda muscular, elevando riscos metabólicos e de mortalidade

Por: Redação

04/11/202513:10

Segundo o Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, estima-se que 12% dos adultos com mais de 40 anos apresentem algum grau de obesidade sarcopênica. Essa condição une dois problemas de saúde que podem parecer opostos: a obesidade e a perda de massa muscular. O resultado é um quadro que preocupa médicos e especialistas, já que o excesso de gordura corporal se soma à fragilidade muscular, aumentando o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares e de perda de mobilidade.

Foto Obesidade sarcopênica atinge 12% dos adultos acima de 40 anos, aponta estudo
Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil

A endocrinologista e professora da Faculdade Zarns, Dra. Mariana Lopes, explica que uma pessoa com obesidade sarcopênica pode estar acima do peso, muitas vezes com IMC compatível com obesidade, mas com baixa massa e função muscular.

“É uma condição complexa e silenciosa, que tende a aparecer em idosos, mas que temos observado cada vez mais cedo, principalmente em quem leva uma vida sedentária e tem hábitos alimentares irregulares”, destaca. 

O quadro é considerado uma epidemia silenciosa, impulsionada pelo envelhecimento da população, queda dos hormônios, sedentarismo e alimentação pobre em proteínas. Segundo a médica, “a combinação de pouca atividade física com dietas ricas em carboidratos simples e gorduras leva à perda de massa muscular e ao acúmulo de gordura visceral, o que agrava o risco metabólico”.

Além de favorecer doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, resistência à insulina e problemas cardiovasculares, a obesidade sarcopênica reduz a força e a capacidade funcional. “Esses pacientes tornam-se mais frágeis e vulneráveis a quedas e fraturas. Muitos não conseguem mais levantar sozinhos de uma cadeira ou cama”, observa a especialista.

Pessoas com esse tipo de obesidade têm até 80% mais risco de mortalidade do que aquelas sem o problema e o risco de morte é duas vezes maior quando comparado à obesidade isolada. “O diagnóstico pode começar por triagens simples, como o questionário SARC-F, que avalia força e mobilidade”, explica a Dra. Lopes.

“Mas exames como a bioimpedância ou a densitometria são fundamentais para medir com precisão a massa muscular e a gordura corporal”, pontua. 

Dra. Mariana Lopes reforça que prevenir e tratar a obesidade sarcopênica passa por escolhas simples, mas consistentes. “O segredo está no movimento e na alimentação equilibrada. Exercícios de força, como musculação ou pilates, ajudam a reconstruir a massa muscular, enquanto uma dieta rica em proteínas e alimentos naturais mantém o corpo nutrido e forte”, orienta. Segundo ela, cuidar da saúde muscular é tão importante quanto controlar o peso. “Mais do que viver mais, é sobre viver com autonomia, energia e qualidade.”