Estudo revela que consumo de café ajuda no envelhecimento lento
Pesquisa foi feita a partir de pacientes com transtornos mentais
Por: Redação
03/12/2025 • 06:00
Um estudo publicado na revista médica BMJ Mental Health revelou que o consumo de três a quatro xícaras de café por dia pode atuar no processo de retardo do envelhecimento biológico de pessoas diagnosticadas com doenças mentais, “adicionando” até cinco anos biológicos extras em comparação às pessoas que não ingerem a bebida.
Alongamento dos telômeros
De acordo com a pesquisa, o café está relacionado ao alongamento dos telômeros, parte extrema dos cromossomos e apontados como a chave do envelhecimento, uma vez que, com o tempo, a estrutura vai perdendo seu comprimento e, consequentemente, inibindo a produção de material genético novo.
Com isso, alguns transtornos mentais, como psicose, esquizofrenia e bipolaridade, podem ampliar a velocidade do processo de encurtamento dos telômeros.
Resultados
Os pesquisadores analisaram os hábitos de consumo de café de 436 pessoas portadoras dos transtornos e descobriram que:
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Em comparação com aqueles que não bebem café, o consumo de até 3 a 4 xícaras por dia foi associado a telômeros mais longos
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No entanto, o alongamento não foi percebido naqueles participantes que bebiam 5 ou mais xícaras diariamente.
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Nos participantes que bebem até 4 xícaras, os pesquisadores notaram que os comprimentos de telômeros foram similares a uma idade biológica 5 anos menor do que aqueles que não consumiam.
Efeitos antioxidantes do café
Uma das explicações dos pesquisadores para a descoberta está relacionada ao poder antioxidante e anti-inflamatório das substâncias encontradas no café.
"Os telômeros são altamente sensíveis tanto ao estresse oxidativo quanto à inflamação, o que destaca ainda mais como a ingestão de café pode ajudar a preservar o envelhecimento celular em uma população cuja fisiopatologia pode estar predispondo-a a uma taxa acelerada de envelhecimento", destacam os autores do estudo.
No entanto, as altas doses de café também podem implicar na deterioração, tanto dos telômeros quanto das células. Nesse sentido, o consumo diário ideal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 400 mg, o equivalente a 4 xícaras da bebida.
