Técnicos sequestrados em Salvador são funcionários da Claro, diz SSP
Facção criminosa impõe restrições a operadoras e controla fornecimento ilegal de internet em bairros da capital baiana
Por: Redação
29/12/2025 • 09:23
Os técnicos de telefonia sequestrados na capital baiana no sábado (27) integram o quadro de funcionários da Claro. A operadora está entre as empresas proibidas de atuar em determinadas áreas do bairro por imposição do Comando Vermelho (CV).
Além da Claro, Oi, TIM e Vivo também enfrentam restrições e represálias impostas pela facção criminosa em regiões de Salvador. O conflito ocorre porque o fornecimento ilegal de internet se tornou uma das principais fontes de renda dos grupos criminosos. Especialistas apontam que, atualmente, há mais pessoas conectadas à internet do que usuárias de drogas, o que ampliou o interesse das facções pelo controle do serviço.
De acordo com o Centro Integrado de Comunicações (Cicom), da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP), as vítimas realizavam um serviço em uma escadaria próxima a uma escola municipal, na Rua Luís Anselmo, quando foram abordadas por um grupo de homens fortemente armados.
A ação, no entanto, foi interrompida após a aproximação de uma guarnição da Polícia Militar que realizava rondas na região.
“As vítimas são funcionários da empresa de telefonia Claro. Elas foram liberadas após os autores do sequestro serem informados de que havia uma guarnição realizando rondas na localidade”, diz trecho do registro da ocorrência, que cita a atuação da 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias).
Apesar de não terem sofrido agressões físicas, os trabalhadores relataram ameaças diretas feitas pelos criminosos. “Informaram que, caso retornem à localidade, sofrerão duras penalidades”, aponta o registro policial. Os técnicos também tiveram os aparelhos celulares roubados.
Problema antigo que afeta provedores de internet
A disputa entre facções criminosas e empresas de telefonia não é recente. Segundo dados da Conexis Brasil Digital, entidade que representa grandes operadoras como Claro, TIM e Vivo, organizações criminosas sabotam estruturas, como cabos de rede, e intimidam técnicos com o objetivo de impedir o funcionamento regular dos serviços e manter o controle do fornecimento ilegal de internet.
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