A Marinha do Brasil tem ampliado sua atuação na Bahia, tanto no campo da segurança marítima quanto na formação social e esportiva. Em entrevista a Luis Ganem, do Portal Esfera no Rádio, o almirante Garriga destacou que as ações da instituição têm se voltado não apenas ao combate a crimes no mar, mas também à formação de atletas e inclusão social de jovens.

O almirante ressaltou o papel do Programa Olímpico da Marinha, que apoia atletas de ponta e busca inserir talentos locais, especialmente baianos, no cenário esportivo nacional.

“Temos dialogado com a Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos para incluir atletas da Bahia no programa, que é sediado no Rio de Janeiro”, afirmou.

Além da frente olímpica, a Marinha desenvolve o Profesp, programa social que oferece atividades esportivas e lúdicas no contraturno de escolas públicas. Em Salvador, o batalhão de operações litorâneas de fuzileiros navais mantém ações com estudantes da região do Bonfim. “É uma forma de unir esporte, disciplina e cidadania desde cedo”, destacou Garriga.

Segurança marítima e operações conjuntas

No campo operacional, o almirante explicou que as ações de segurança marítima são realizadas em parceria com diferentes órgãos, como Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Militar. A cooperação tem resultado em apreensões significativas de drogas e cargas ilegais na costa nordestina.

“Trabalhamos com inteligência e patrulhamento ostensivo. Só recentemente, tivemos apreensões que somaram mais de duas toneladas de pasta base”, pontuou Garriga, ao enfatizar que o foco não é o aumento do tráfico, mas a efetividade das operações de interdição.

A fiscalização de embarcações de lazer e motos aquáticas também ganha força neste período do ano, com a operação Legal no Mar, lançada em Salvador há três décadas.

“É uma campanha de conscientização, não apenas de punição. Vamos às marinas, colônias de pescadores e clubes náuticos orientar sobre segurança e uso correto das embarcações”, explicou.

Tecnologia e tradição

Mesmo com o avanço dos sistemas de navegação, o almirante destacou a importância da navegação astronômica, técnica que utiliza estrelas para orientar navios.

“Não é mito nem ritual. É ciência. Aprendemos e ensinamos isso na Marinha porque, se um sistema de GPS falhar, precisamos continuar navegando”, afirmou.

As novas tecnologias também fazem parte da rotina operacional. A Marinha investe em sistemas digitais, como o aplicativo NaveSeg, que permite o rastreamento e apoio imediato a embarcações em caso de emergência. “Acima de tudo, nossa missão é proteger vidas no mar. Essa é a essência da Marinha”, concluiu Garriga.