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Diagnóstico tardio de câncer de colo de útero eleva custos no SUS

Estudo mostra que 60% dos casos no Brasil são avançados

Por: Victor Hugo Ribeiro

19/08/202517:03Atualizado

De acordo com uma pesquisa recente, realizada pela farmacêutica MSD Brasil, destaca que quanto mais tarde é feito o diagnóstico de câncer de colo de útero, maiores são os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Além de afetar a sobrevida das pacientes, a descoberta em estágios avançados exige mais internações e procedimentos médicos.

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Foto: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

O estudo, que analisou dados de mais de 206 mil mulheres diagnosticadas com a doença entre 2014 e 2021, aponta que o Brasil tem um problema sério: 60% dos casos são diagnosticados em estágio avançado. Esse cenário eleva a necessidade de quimioterapia, internações e consultas médicas mensais.

A pesquisa também ressalta as disparidades sociais, mostrando que a maioria dos diagnósticos afeta mulheres não brancas, com baixa escolaridade e que dependem do SUS. O câncer de colo de útero é um problema global, com até 80% das mortes concentradas em países de baixa e média renda.

Pandemia agravou o cenário

O levantamento também mostra o impacto da pandemia de COVID-19 no tratamento da doença no SUS. Houve uma queda na realização de cirurgias e procedimentos de radioterapia, enquanto o uso de quimioterapia isolada aumentou. A análise sugere que o colapso hospitalar da pandemia causou lacunas no tratamento, cujas consequências a longo prazo ainda estão sendo avaliadas.

Prevenção: vacinação e exames de rotina

A principal forma de prevenir o câncer de colo de útero, que é causado em 99% dos casos pelo HPV, é a vacinação e o rastreamento por meio de exames de rotina.

A vacina contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, e para outros grupos com condições específicas. Na rede particular, a vacina nonavalente, que protege contra mais tipos do vírus, está disponível para pessoas de 9 a 45 anos.

Os pesquisadores reforçam que a prevenção e o rastreamento precisam de mais investimento, já que a detecção precoce pode diminuir os custos para o sistema de saúde e otimizar o uso de recursos para um tratamento mais eficaz. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o Brasil registra cerca de 17 mil novos casos por ano.