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Cuidar do pet como filho ativa hormônio do afeto

Ocitocina gera sensação de amor e acolhimento

Por: Ana Beatriz Fernandez Martinez

16/07/202510:00

Tratar o pet como um membro da família, ou até como uma criança, vai além de um simples gesto de carinho. Segundo a psicanalista Jaqueline Bastos, essa atitude está ligada a reações neurológicas reais, ativando regiões do cérebro relacionadas ao cuidado e ao vínculo emocional como o sistema límbico, o córtex pré-frontal e o núcleo accumbens, áreas também ativadas na relação entre pais e filhos.

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Foto: Reprodução/freepik

“A proximidade com os animais de estimação estimula a produção de ocitocina, o hormônio responsável pelo sentimento de apego e bem-estar”, explica Bastos. Esse vínculo é especialmente comum entre pessoas que vivem sozinhas, não têm filhos ou passaram por perdas emocionais, acrescenta.

Vínculo afetivo traz benefícios, até certo ponto

Na maioria dos casos, essa ligação intensa entre tutor e animal de estimação é benéfica: o humano se sente emocionalmente acolhido e o pet recebe atenção e cuidado. Porém, os exageros podem gerar efeitos negativos.

De acordo com Bastos, o problema começa quando o tutor passa a tratar o pet como um ser humano, ignorando suas necessidades instintivas. “Privar o animal de estímulos naturais, impedir contato com outros da mesma espécie ou exigir comportamentos humanos pode levar a estresse, ansiedade e até problemas físicos”, afirma.

Quando o apego vira dependência

Para os tutores, o excesso de afeto pode gerar um quadro de dependência emocional, prejudicando a vida social. “Quando o pet se torna o único canal afetivo, há um empobrecimento das relações humanas, o que pode levar ao isolamento e à dificuldade de convivência com outras pessoas”, alerta a especialista.

A chave está no equilíbrio: demonstrar amor, mas respeitar os limites da natureza animal e as próprias necessidades emocionais.