Evento ilegal de canto de pássaros é interrompido e 106 aves são resgatadas
Ação do Inema e da PM flagra crime ambiental em ginásio no extremo sul da Bahia
Por: Redação
16/12/2025 • 09:26 • Atualizado
Uma ação conjunta do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Polícia Militar da Bahia resultou no encerramento de um torneio ilegal de canto de aves silvestres e no resgate de 106 pássaros, na manhã do último domingo (14), no Ginásio Municipal de Medeiros Neto, no extremo sul do estado.
A operação teve início após uma denúncia de maus-tratos a animais silvestres. Uma equipe da 44ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foi acionada por uma representante do Inema para averiguar a ocorrência. No local, os agentes constataram a presença de dezenas de pessoas e diversas gaiolas com aves expostas, o que configurou a prática irregular.
Com a chegada das equipes de fiscalização, parte do público deixou o ginásio rapidamente pela saída dos fundos. Um grupo permaneceu e indicou o possível responsável pela organização do evento. Durante a vistoria, apenas três pessoas assumiram a posse de aves, identificando quatro gaiolas. Os demais afirmaram que estavam apenas assistindo e foram liberados após verificação.
Ao todo, 106 aves silvestres foram encontradas mantidas de forma ilegal no interior do ginásio. Os envolvidos diretamente na prática foram encaminhados à Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas, onde prestaram esclarecimentos e foram liberados posteriormente, conforme prevê a legislação.
Segundo a representante regional do Inema no Extremo Sul, Naira Leone, torneios de canto de aves, mesmo quando regulamentados, estão atualmente suspensos como medida preventiva devido à gripe aviária.
“Essa proibição tem como objetivo reduzir riscos de contaminação e proteger a fauna e a saúde pública. Qualquer evento dessa natureza, neste período, está em desacordo com as normas”, explicou.
As aves resgatadas foram recolhidas para adoção das medidas legais cabíveis, e várias gaiolas foram destruídas ainda no local. De acordo com apuração, alguns dos pássaros apreendidos poderiam atingir valores superiores a R$ 50 mil no mercado ilegal.
O caso foi registrado como crime ambiental, com base no artigo 29 da Lei nº 9.605/98, que trata da proteção da fauna silvestre. O Inema reforça que a realização de eventos desse tipo é proibida e pode resultar em sanções administrativas, civis e penais. A ação integrada com a Polícia Militar destaca o esforço das instituições no combate aos crimes ambientais e na preservação da biodiversidade na Bahia.
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