Fósseis e DNA revelam como humanos moldaram a evolução dos cães
Estudos mostram que sociedades antigas selecionavam traços específicos e transportavam animais entre regiões
Por: Redação
21/11/2025 • 12:19
Novas pesquisas combinando estudos fósseis e genéticos estão ajudando a esclarecer como sociedades humanas antigas influenciaram a evolução dos cães e estabeleceram práticas de criação e troca que moldaram a diversidade observada hoje.
Seleção de características
Uma análise recente de crânios de cães antigos identificou um formato distinto focinho mais curto e face mais larga do que a de lobos presente em fósseis datados de quase 11 mil anos. Logo depois desse período, os pesquisadores observaram um aumento significativo nos tamanhos e formatos dessas estruturas, representando mais da metade da diversidade existente nas raças atuais.
Estudos genéticos reforçam que humanos antigos selecionavam características específicas e se deslocavam acompanhados por seus cães, transportando-os entre regiões e realizando trocas conforme o valor atribuído a determinadas aptidões. De acordo com os cientistas, essa circulação contribuiu para consolidar as linhagens que deram origem à ampla variedade de raças modernas.
Outro levantamento, divulgado pela revista Nature, analisou o genoma de 17 cães encontrados no Leste Asiático e na Eurásia Central, com idade de até 10 mil anos. Ao comparar esses dados com genomas publicados anteriormente, os pesquisadores identificaram que populações humanas preservavam traços considerados úteis e mantinham relações próximas com seus animais.
A presença de características distintas entre grupos sugere que diferentes comunidades valorizavam atributos específicos, reforçando a importância cultural e funcional dos cães desde os primeiros períodos da domesticação.
Apesar dos avanços nas análises fósseis e genômicas, os estudos destacados pela Nature apontam que ainda não há consenso sobre quando, onde ou por qual motivo os primeiros cães foram domesticados a partir dos lobos.
