PF investiga bebidas adulteradas com metanol após mortes em SP
Já são 5 mortes e 17 casos de intoxicação no estado de SP
Por: Redação
30/09/2025 • 15:51 • Atualizado
A Polícia Federal (PF) iniciou as investigações na última segunda-feira (29),para rastrear a origem e a rede de distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O ato foi mobilizada a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e veio a público nesta terça-feira (30), após o registro de 17 casos de intoxicação e cinco mortes confirmadas no estado de São Paulo.
O inquérito visa apurar a possível participação de facções criminosas na adulteração e verificar se há ocorrências fora de São Paulo. Técnicos dos ministérios da Justiça e da Saúde emitiram orientações para a prevenção, alertando sobre os riscos do metanol, uma substância altamente tóxica e inflamável.
As autoridades estão incentivando a população a redobrar a atenção ao local de compra e à bebida consumida. Em coletiva de imprensa no Palácio da Justiça, o secretário Nacional do Consumidor (Senacon), Paulo Pereira, destacou sinais que podem indicar a fraude:
"É fundamental que as pessoas estejam alertas a sinais incomuns, como bebidas com preço muito abaixo do mercado, um fornecedor ou estabelecimento novo e desconhecido, um bar recém-aberto vendendo produtos muito baratos ou garrafas com aspecto diferente", detalhou.
O secretário também ressaltou que o problema não se limita a bares, pois denúncias apontam que pessoas compraram garrafas adulteradas em empórios, indicando que a fraude atinge diversos tipos de pontos de venda. As investigações em andamento já identificaram que diferentes tipos de destilados foram contaminados com metanol, incluindo gin, uísque e vodka.
Possível Ligação com Crime Organizado
A investigação está em fase inicial, e embora técnicos do Ministério da Justiça tenham confirmado a identificação de alguns estabelecimentos que venderam as bebidas, a quantidade exata é mantida em sigilo.
Até o momento, as ocorrências se concentram em cinco cidades paulistas: Limeira, São Paulo (capital), São Bernardo do Campo, Itapecerica da Serra e Campinas.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, explicou a razão de a PF se envolver, citando a possível conexão do caso com o crime organizado:
"Um dos motivos [para a investigação da PF] é a possível ligação com inquéritos recentes que conduzimos, especialmente no Paraná, que se conectaram a outros dois em São Paulo, relacionados a toda a cadeia de combustíveis. Uma parte disso envolve a importação de metanol pelo [Porto de] Paranaguá. Portanto, a necessidade de nos aprofundarmos neste caso por essas razões. A investigação determinará se há, de fato, conexão com o crime organizado."
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