PF investiga casos de intoxicação por metanol em bebidas em SP
Seis casos confirmados, incluindo três mortes, levantam alerta sobre adulteração de bebidas alcoólicas; investigação pode atingir outros estados
Por: Redação
30/09/2025 • 12:40
A Polícia Federal abriu investigação para apurar a origem do metanol usado para adulterar bebidas alcoólicas em São Paulo, após seis casos confirmados de intoxicação, incluindo três mortes. Dez outros casos estão sob análise, enquanto um foi descartado. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, alertou que a rede de distribuição pode atuar também em outros estados.
O metanol é altamente tóxico e pode causar cegueira, convulsões e morte. Falsificadores “batizam” garrafas de marcas conhecidas de gin e vodca com a substância, que é depois comercializada. A intoxicação pode demorar horas para se manifestar, apresentando sintomas como cólica intensa e perda de visão.
Entre as vítimas, Rafael dos Anjos Martins Silva permanece em estado irreversível na UTI, enquanto Rhadarani Domingos sofreu cegueira temporária após consumir caipirinhas adulteradas. Outras três mortes foram confirmadas e uma segue em investigação.
O Ministério da Saúde emitiu alerta nacional e orienta que casos suspeitos sejam notificados imediatamente. Um sistema federal monitora intoxicações por causas desconhecidas em todo o país. O estado de São Paulo conta com 32 centros de informação e assistência toxicológica do SUS.
As autoridades investigam bares e adegas na capital paulista e já apreenderam 117 garrafas sem rótulos. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, não descartou envolvimento do crime organizado, citando o uso anterior de metanol por facções para adulterar combustíveis.
O CVS-SP recomenda que bares e consumidores só adquiram bebidas de fabricantes legalizados, com selo fiscal e lacre de segurança. Produtos de procedência duvidosa devem ser evitados, pois oferecem risco à vida.